Surpresa! Quem pensava que as discussões para a eleição da nova mesa diretora da Assembleia Legislativa do Estado só seriam realizadas no próximo ano, enganou-se completamente. Pois, no dia 30 de outubro de 2018, foi realizada a aprovação da PEC 13/15 de autoria do deputado estadual Ricardo Barbosa que veda antecipar a eleição e acabar com a reeleição da mesa diretora.
Durante a votação da PEC, o Presidente Gervásio Maia estava em viagem na Europa e não participou do desenrolar dos temas. Na reunião seguinte, no dia 07 de novembro, quando voltou da viagem, Gervásio Maia questionou as decisões tomadas pelos deputados, impedindo a leitura e a votação da redação final da PEC.
A reação de Gervásio deixou vários parlamentares, principalmente governistas, raivosos, pois na opinião de muitos deles já não caberia ao Presidente da “Casa” atropelar aquilo que havia sido votado pelos deputados, cujo resultado foi obtido por 26 deputados presentes na sessão, e o tema foi votado em dois turnos.
A confusão começou quando, depois de ter sido impedida a redação final da PEC, vários parlamentares se ausentaram do plenário, inclusive o próprio autor do projeto; tudo isso enquanto Gervásio tentava montar uma nova estratégia diante do impasse que se formara.
Não foi à toa que a deputada Estela Bezerra, Jeová Campos e o líder Hervázio Bezerra apresentaram um requerimento questionando a legalidade da votação da PEC.
Supõe-se, inclusive, que esse encaminhamento tenha partido das orientações vindas do Palácio do Governo. A prova disso foi a entrevista dada à imprensa pelo Governador Ricardo Coutinho na semana passada em Cabedelo, quando disse: “[…] A eleição quando não é possível, é só mudar a chapa, e acho que isso teria que ser discutido com toda a bancada, teria de ser votado de forma regimental […] teria que ser discutido politicamente com quem conduz o processo e tem maioria na Assembleia e na sociedade e que é governo[…] e que o nosso bloco, que é majoritário, e que não tem dono, haverá de tomar os encaminhamentos necessários que achar mais importantes”.
Em outras palavras, o Governador disse que não conversaram com ele, nem com João Azevedo. Ainda nas entrelinhas, Ricardo teme que possa existir a falta de unidade do bloco governista quando da escolha dos membros da mesa diretora, fato que poderia acarretar prejuízo futuro dentro do seu grupo político.
De forma nítida, Ricardo Coutinho ainda deixou bem clara a sua insatisfação com o que foi feito por alguns deputados. Mas ficam as perguntas: Por que só agora Ricardo veio reagir? E será que Gervásio não pecou quando se ausentou, e chegou tarde para criticar os seus pares? Outra, será que João Azevedo deveria ter entrado nessa discussão sem ter assumido o Poder ou ele agiu de forma serena em esperar sua posse?
Bom, o que se sabe mesmo é que está criado um impasse, e vai ser preciso muita mediação e arbitragem, principalmente, do futuro governador João Azevedo, já que se depender do atual Governador Ricardo Coutinho o clima pode esquentar ainda mais.
Durante esta semana que se inicia, seria de bom alvitre que o Presidente da Casa Legislativa, Gervásio Maia, junto ao Governador Ricardo Coutinho e João Azevedo pudessem reunir seus aliados e acabar com essas fissuras, pois se deixarem a coisa correr frouxa, poderão ter problemas na sua futura administração.
Ufa! Ainda bem que a redação final não foi aprovada. Para o bem de todos, muita calma nessa hora. E termino esse texto me utilizando, mais uma vez, do grande escritor Fernando Sabino, cuja frase é bem apropriada para o momento. “No fim tudo dá certo, e se não deu certo é porque ainda não chegou ao fim”. Vamos continuar acompanhando!
RAPIDINHA 1
PEC DA CONFUSÃO:
A decisão tomada pelo pela Assembleia Legislativa quando da aprovação da PEC 13/15 de autoria do deputado Ricardo Barbosa, que veda a antecipação da eleição e dá fim a reeleição da mesa diretora, tem motivado uma grande celeuma, principalmente entre os partidários do governo, já que se criou muitas dúvidas sobre a forma de como foi votada e aprovada a Proposta de Emenda Constitucional. Na sessão plenária, estiveram presentes 26 parlamentares, onde apenas o deputado, Hervázio Bezerra (PSB), que é líder do governo, foi contrário a propositura. Essa aprovação trouxe diversos questionamentos sobre sua legalidade, e fez com que até o próprio Presidente da Casa Legislativa, deputado Gervásio Maia, também fizesse alguns questionamentos a respeito da votação realizada em plenário. De imediato, vieram reações de diversos parlamentares de diversos partidos contra o Presidente, inclusive, partidários do próprio grupo governista. Com relação a questão de ordem que havia sido levantada, o deputado Bosco Carneiro disse: “Em relação a ordem do dia da redação final, primeiro a questão de ordem, e outra coisa estranha, é que essa questão de ordem deve ser vista pelo plenário, e não pode ser decidida de plano pela figura do Presidente…”. Democracia é isso, discussão, análise, e depois sua conclusão. Esperamos que tudo termine em paz.
RAPIDINHA 2
GOVERNADOR RICARDO COUTINHO REAGE E RECLAMA “FALTA DE RESPEITO”, “NOSSO BLOCO NÃO TEM DONO”
O governador Ricardo Coutinho reagiu de modo “forte” contra a decisão tomada pela Assembleia Legislativa em relação à PEC 13/15. O governador Ricardo Coutinho, em entrevista, reagiu pesadamente contra a votação realizada pelos parlamentares, principalmente, àqueles do seu bloco. Assim, sem maiores delongas afirmou: “Nosso bloco não tem dono”. Essa reação do Governador da Paraíba nitidamente foi endereçada aos deputados Adriano Galdino e Ricardo Barbosa. É preciso muita calma nessa hora, pois quem conhece as reações de Adriano Galdino e Ricardo Barbosa sabe de que são capazes, inclusive, de se rebelarem contra o governo. Mas fica a pergunta: e o futuro Governador João Azevedo, como fica nessa situação?
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Gildo Araújo