O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta terça-feira que o novo ministro da Educação, Abraham Weintraub, tem carta branca para escolher sua equipe após tomar posse à frente de uma pasta marcada por uma série de polêmicas desde o início do governo.
Weintraub foi anunciado na segunda-feira como substituto de Ricardo Vélez, que foi demitido na esteira de diversas críticas em razão de sua gestão à frente do ministério. O ex-ministro não compareceu à cerimônia de posse do novo ocupante do cargo.
Após dar posse a Weintraub, Bolsonaro disse esperar que os estudantes comecem não a se interessar por política nas escolas, como disse que atualmente estaria acontecendo, mas sim que possam “ir ao espaço” — em referência ao ministro da Ciência e Tecnologia, o ex-astronauta Marcos Pontes.
“O que a gente quer do ministro Abraham é que faça os nossos jovens melhores que nossos pais e avós”, disse Bolsonaro, acrescentando ter certeza de que não vai faltar empenho, dedicação e patriotismo ao novo ministro para entregar esse objetivo.
Pouco antes, o novo ministro disse que está no cargo para servir o povo, não apenas os que elegeram Bolsonaro, e que é preciso respeitar a todos. Ele fez questão de exaltar o fato de não ser filiado a partido político e elencou sua experiência como gestor.
“Na função de ministro da Educação, meu papel é entregar o que está no plano de governo, mais com o mesmo que a gente gasta”, disse. Ele afirmou que o objetivo é acalmar os ânimos, colocar a bola no chão e respeitar as opiniões. Ele chegou a dizer que o educador brasileiro Paulo Freire é uma unanimidade..
Militares avaliam que crise do MEC continua com novo olavete no cargo
A escolha do presidente Jair Bolsonaro de nomear Abraham Weintraub ministro da Educação no lugar do desgastado Ricardo Vélez foi vista com desconfiança por membros da cúpula militar do governo.
Indicado do guru ideológico do bolsonarismo, o ex-astrólogo Olavo de Carvalho, Weintraub representaria a continuidade da crise que paralisou o principal ministério do governo federal.
De acordo com fontes militares ouvidas pela Folha de S. Paulo, a remoção de Vélez do MEC era uma oportunidade de se afirmar ante o chamado grupo ideológico do governo, aderente das ideias propagadas por Olavo de Carvalho. Oficiais generais da ativa e da reserva próximos de Bolsonaro defenderam a escolha de um nome técnico, gestor respeitado no mercado e na academia e não incluía o nome de Weintraub.
Outro motivo para o descontentamento da ala militar é o fato da indicação do novo ministro ter sido avalizada publicamente por um dos filhos de Bolsonaro mais próximo de Olavo, o deputado federal Eduardo (PSL-SP). Segundo o jornal, a conduta foi vista por setores militares como uma provocação.
Olavo que tem travado uma disputa interna com os militares por espaço no governo Bolsonaro. Além disso, Olavo já trocou críticas e ofensas públicas com o vice-presidente, general Hamilton Mourão, e com general Carlos Alberto dos Santos Cruz, ministro de Governo.
Fonte: Brasil 247
Créditos: Brasil 247