Empresário por vocação e liberal por convicção, Tasso Jereissati (PSDB-CE) é um político tucano de alta plumagem. Ex-governador do Ceará, cargo que ocupou por três mandatos (1987-1990, 1995-1998 e 1999-2002), Tasso assume a relatoria da reforma da Previdência no Senado com a missão de preservar o texto aprovado pela Câmara dos Deputados da proposta de emenda à Constituição (PEC).
Com mais de R$ 389 milhões em bens e patrimônio declarados, Tasso é dono da maior fortuna informada à Justiça eleitoral, entre os 81 senadores. Eleito em 2014, Tasso tem mandato até 31 de janeiro de 2023. Foi um dos fundadores do Grupo Jereissati, responsável por uma das maiores redes de shopping centers do país, o Iguatemi.
O tucano anunciou que vai trabalhar pela manutenção da quase totalidade da matéria aprovada pela Câmara. Seu desejo é aprovar o “coração” da reforma o “mais rápido possível”. Tasso deixará a reinclusão dos estados e municípios para uma proposta de emenda constitucional (PEC) que vem sendo chamada no Congresso de paralela.
Na visão de Tasso, o coração da reforma é composto pelos principais pontos do texto apreciado pelos deputados, como fixação de idade mínima de aposentadoria, regras de transição, unificação dos sistemas público e privado e fim dos privilégios de várias categorias.
Apontado pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) como um dos senadores mais influentes, Tasso tem ativa militância na área econômica. Foi autor de propostas relativas a Reforma Tributária, Lei de Falências, Parcerias Público-Privadas (PPPs), orçamento, combate às desigualdades regionais, financiamentos agrícolas, entre outras.
Sua escolha como relator atende a um anseio da maioria do Senado, que pedia uma voz experiente e com interlocução em vários matizes, de esquerda e de direita. Considerado um político agregador, Tasso promete atuar para reduzir as arestas, aprovando as mudanças nas regras de aposentadoria em, no máximo, dois meses.
Tucano de alta plumagem
Com toda sua influência no cenário político e econômico, Tasso presidente nacional do PSDB em três ocasiões diferentes:1991 a 1993 e 2005 a 2007. No seu primeiro mandato, exerceu importante papel na consolidação da candidatura de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 27 de maio de 2011, assumiu a presidência nacional do Instituto Teotônio Vilela, órgão de formação política do PSDB. Com a eleição do ex-ministro Bruno Araújo como presidente nacional do PSDB, acabou perdendo espaço no partido.
Família tradicional
De família empresarial e política, Tasso é filho do ex-senador Carlos Jereissati e de Maria de Lourdes Ribeiro Jereissati, além de formado em Administração de empresas pela Fundação Getúlio Vargas. Já presidiu as Subcomissões de Desenvolvimento Regional e Reforma Tributária e, hoje, é titular das comissões de Constituição e Justiça e Assuntos Econômicos, as duas principais do Senado.
Denúncias de corrupção
Um dos principais empresários do Ceará, Tasso teve alguns escândalos para chamar de seu. Esteve envolvido em suspeitas de desvio de verbas do Banco do estado do Ceará (BEC), em 2002. Em 2009, a Folha de S. Paulo mostrou que o tucano usava parte de sua verba oficial de passagens aéreas para fretar jatinhos que são pagos com recursos do Senado, mas o regimento vetava o uso do benefício com aluguel de aeronaves. Entre 2005 e 2007, Tasso gastou R$ 335 mil com a modalidade. Ele disse ter obtido autorização especial para fazer as suas viagens.
Em 2010, o então ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, anunciou devassa em 272 projetos da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), que abrigava em seus cargos mais importantes pessoas ligadas ao antigo PFL e a Tasso Jereissati.
Fonte: Congresso em Foco
Créditos: Gabriel Garcia