O senador Renan Calheiros (MDB-AL) criticou o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e defendeu a reforma da Previdência em seu discurso da tribuna como candidato a presidente da Casa.
Renan acusou Onyx de ter vazado que o presidente Jair Bolsonaro havia telefonado a ele ao ser escolhido candidato do MDB para a disputa no Senado. O objetivo, argumentou, era esvaziar o simbolismo do gesto e forçar Bolsonaro a fazer o mesmo com outros candidatos.
“Será que quem fez isso tem dimensão institucional para, no momento difícil da vida do país, construir uma correlação neste Senado que favoreça a aprovacão das reformas?”, questionou.
Renan alfinetou Onyx mais de uma vez e não poupou o seu oponente Davi Alcolumbre (DEM-AP) por, em sua visão, ter usurpado o poder na véspera.
“Não era mais o Davi, era o Golias. O Davi eram os outros senadores”, disse Renan.
Em mais um aceno a uma das principais metas do governo, Renan disse ser “evidente que chegou a hora de reformarmos a nossa Previdência”.
“O Brasil não vai a lugar nenhum se não fizer uma reforma profunda, que aproxima os sistemas privado e público e que tenha como princípio o combate ao privilégio que faz esse pais andar para trás”, discursou.
Renan afirmou que “o resgate do patriotismo não poderia ser mais salutar” e, citando o Hino da Independência, fez uma corruptela do slogan de Bolsonaro.
“O interesse público acima de todos e a democracia acima de tudo”, disse. O original é Brasil acima de tudo, Deus acima de todos.
Com discurso quase três vezes mais longo que os demais candidatos, Renan foi interrompido por Alvaro Dias (Pode-PR).
“Não quero impedir a fala do senador Renan, mas queria que me concedesse o mesmo tempo infinito”, ironizou, dirigindo-se a José Maranhão, aliado a Renan que preside a sessão. (Daniel Carvalho, Ranier Bragon, Marina Dias e Thais Bilenky)
Fonte: Folha
Créditos: Folha