247 – Vivendo uma profunda crise financeira, que a obrigou a devolver metade dos andares da sede na Marginal Pinheiros, a Editora Abril, da família Civita, decidiu se pintar para a guerra. Com as cores do PSDB, é claro.
Numa edição em que usa as cores azul e amarelo, utilizadas pelos tucanos em sua comunicação, Veja aponta, na capa, o que enxerga como contrastes entre o discurso de campanha da presidente Dilma Rousseff e as primeiras medidas anunciadas no seu segundo mandato.
Nesse contraste entre “promessa” e “realidade”, há espaço para uma entrevista com o senador Aécio Neves (PSDB-MG). “O país foi enganado”, diz ele, que fala ainda em “estelionato eleitoral”. “Assistimos a um governo fazendo o oposto do que prometeu. Isso explica o sentimento de frustração e perplexidade que se percebe no País. Muita gente se sente enganada”.
O alvo agora é Lula
Apesar dos esforços de Veja, que tentou fraudar as eleições presidenciais com a notória capa “Eles sabiam de tudo” e, por isso, foi condenada a publicar um direito de resposta no dia do segundo turno, 2014 já passou. Dilma venceu, foi empossada e já governa.
Portanto, a próxima batalha capital da Editora Abril tem data marcada: 2018. Não por acaso, a reportagem seguinte de Veja se chama “Dossiê Venina” (que já estava sendo esquecida até pelos meios de comunicação que a lançaram) e tem como alvo o ex-presidente Lula, potencial candidato à presidência daqui a quatro anos.
Lula costuma dizer que encontrou um modo de não mais se incomodar com a revista Veja. “Não a vejo como um meio de comunicação, mas apenas como um panfleto do PSDB”, costuma dizer.
Nesta semana, a revista assumiu suas cores.