CNI/IBOPE: Desaprovação do governo Dilma subiu para 64%

Desaprovação ao governo da presidente Dilma Rousseff, que vem sendo alvo de manifestações por impeachment, subiu para 64%, segundo pesquisa do Ibope divulgada nesta manhã pela Confederação Nacional da Indústria (CNI); último levantamento foi divulgado em dezembro e apontava rejeição de 27%; nesse período, 40% avaliavam o governo como ótimo ou bom; entre os entrevistados, 23% classificam o governo federal como regular e 24% confiam em Dilma, contra 51% que confiavam nela há três meses; ; segundo a CNI, a área econômica teve o pior nível de aprovação pela população; o Ibope ouviu 2.002 pessoas em 142 municípios entre os dias 21 e 25 de março

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BRASÍLIA (Reuters) – A avaliação ruim/péssima do governo da presidente Dilma Rousseff disparou para 64 por cento em março, ante 27 por cento em dezembro, em meio à piora no cenário político e econômico e ao escândalo envolvendo a Petrobras, mostrou pesquisa CNI/Ibope divulgada nesta quarta-feira.

Ainda de acordo com o levantamento, 12 por cento avaliam o governo como ótimo ou bom, contra 40 por cento em dezembro.

A pesquisa, contratada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), apontou ainda que 23 por cento avaliam o governo como regular, ante 32 por cento em dezembro.

Já a aprovação da maneira de governar da presidente desabou para 19 por cento, contra 52 por cento em dezembro, enquanto a desaprovação foi a 78 por cento, ante 41 por cento.

O levantamento mostrou ainda que 24 por cento dos entrevistados confiam em Dilma, contra 51 por cento que confiavam nela em dezembro, e 74 por cento não confiam, ante 44 por cento.

O Ibope ouviu 2.002 pessoas em 142 municípios entre os dias 21 e 25 de março. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais.

(Reportagem de Jeferson Ribeiro)

Abaixo, reportagem da Agência Brasil:

Área econômica puxa a desaprovação do governo, diz CNI

Mariana Tokarnia – A área econômica teve o pior nível de aprovação pela população, segundo pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI)/Ibope divulgada hoje (1º). O levantamento mostra que 90% desaprovam os impostos e 89% a taxa de juros. O percentual que aprova as áreas de atuação chega a 7% em ambos. Os demais não sabem ou não responderam.

O combate à inflação aparece na quarta posição do item desaprovação (84%), seguido da saúde (85%). “As medidas de ajuste fiscal e o aumento de juros geraram maior insatisfação. As questões econômicas passam a ser as mais criticadas do governo. Claramente, o que a gente percebe é a insatisfação da população com a situação econômica atual”, avaliou o gerente executivo de Pesquisa e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca.

A área econômica ganhou maior destaque em relação às de saúde e segurança pública, que, historicamente, registram as piores avaliações. Segundo Fonseca, as variações econômicas, boas ou ruins, são creditadas ao governo. “No caso, estamos atravessando um período de ajustes, que reflete na avaliação do governo.”

A pesquisa foi realizada entre os dias 21 e 25 de março, envolvendo 2.002 entrevistados maiores de 16 anos em 142 municípios. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos e o grau de confiança é 95%.

De acordo com a pesquisa, Dilma registrou a pior popularidade desde seu primeiro mandato. Também teve a pior avaliação em relação aos primeiros meses de governos anteriores desde 1995.

Para Fonseca, a avaliação pode melhorar. Ele compara a situação às manifestações de junho de 2013. Acrescentou que as opiniões podem estar “inflacionadas” pelas recentes manifestações contra o governo e denúncias de corrupção.

“Ela caiu muito. Acho difícil uma queda maior que esta. [As opiniões] podem estar inflacionadas, como ocorreu em junho de 2013. Fizemos uma pesquisa em junho, outra em julho e em setembro. Houve recuperação em setembro. Não me surpreenderá se em junho houver um aumento em relação a março”, esclareceu o gerente.

A pesquisa indica que, após impostos e taxa de juro, a saúde está em terceiro lugar no item desaprovação, com 85%. Os dados revelam que 13% que aprovam o setor e 2% não sabem ou não responderam. Em relação ao combate à inflação, 84% desaprovam; 13% aprovam; e 3% não sabem ou não responderam. Em segurança pública, 81% desaprovam; 16% aprovam; e 3% não sabem ou não responderam.

Nas demais áreas, os percentuais de desaprovação, aprovação e não sabem ou não responderam alcançam, respectivamente, 79%, 19% e 2% (combate ao desemprego); 73%, 25% e 2% (educação); e 66%, 25% e 9% (meio ambiente). O combate à fome e à pobreza teve a maior aprovação (33%), antea 64% de desaprovação.