"pagando um preço amargo"

Ciro Gomes diz que Alckmin 'vendeu a alma por maior tempo de TV'

Na entrevista, ele disse que se eleito vai mudar a política de preços em vigor hoje na Petrobras, que ele classificou de "perversa". Segundo ele, a política tem o governo Temer "protegendo a perversão dos acionistas minoritários"

F61U6594.JPG  BRASÍLIA DF BSB 06/08/2018 POLÍTICA DEBATE / PRESIDENCIAVEIS O FUTURO DO BRASIL - Candidato à Presidência pelo PDT, Ciro Gomes  durante evento "O Futuro do Brasil na visao dos Presidenciaveis" realizado pela Coalizão pela Construção no auditorio do Edificio Armando Monteiro Neto em Brasilia FOTO  DIDA SAMPAIO / ESTADÃO
F61U6594.JPG BRASÍLIA DF BSB 06/08/2018 POLÍTICA DEBATE / PRESIDENCIAVEIS O FUTURO DO BRASIL - Candidato à Presidência pelo PDT, Ciro Gomes durante evento "O Futuro do Brasil na visao dos Presidenciaveis" realizado pela Coalizão pela Construção no auditorio do Edificio Armando Monteiro Neto em Brasilia FOTO DIDA SAMPAIO / ESTADÃO

Em entrevista para a rádio “CBN” e o portal “G1”, nesta quarta (19), o candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, disse que Geraldo Alckmin (PSDB) “vendeu a alma para ter o maior tempo de TV (na aliança com o Centrão)”. Segundo ele, o tucano “está pagando um preço amargo (pois não decolou nas pesquisas e continua a aparecer com um dígito nas intenções de voto)”.

Na entrevista, ele disse que se eleito vai mudar a política de preços em vigor hoje na Petrobras, que ele classificou de “perversa”. Segundo ele, a política tem o governo Temer “protegendo a perversão dos acionistas minoritários” ao privilegiar a cotação internacional, em dólar, levando a “alta nos preços do combustível ao consumidor e no preço do botijão de gás para as donas de casa”.

Ele destacou ainda que os preços incluirão os custos lastreados no real, somado aos gastos da estatal e o que ela precisa para investir. “Junto com a Venezuela, o Brasil é a maior reserva de petróleo das Américas. Podemos ser a maior reserva do mundo. Dá pra transformar o Brasil em uma grande sociedade de classe média em poucos anos”.

Segundo Ciro, uma das propostas é acabar com a importação de combustível. “Temos capacidade ociosa de produção”, emendou. “O Brasil tem 40% capacidade de refino de óleo diesel, gasolina e gás parados e compra gasolina dos EUA em dólar. Alguém, pelo amor de Deus, justifica isso pra mim?”, questionou.

Sobre segurança pública, Ciro Gomes acusou as autoridades de São Paulo a fecharem acordos com facções criminosas. “Comando do PCC tem acordo com autoridades de São Paulo, todo mundo está careca de saber disso”, emendou, dizendo que o Ministério Público está vasculhando isso.

O candidato reconheceu que em seu Estado, o Ceará, a segurança não vai bem, mas disse que não é por omissão. “Fizemos todo o manual do que era preciso. Triplicamos a força policial do meu governo para cá. 100% do aumento da violência é explicado pelo comando de PCC e do CV a partir das cadeias. Minha principal proposta para reduzir a violência é assumir como federal, desde a investigação até a punição, de crimes, incluindo a corrupção policial, por meio de mudança de leis”, disse.

‘Bomba de polarização’

Ciro declarou ainda que o País não aguenta mais a “bomba da polarização” com o PT. Depois de ser ultrapassado pelo petista Fernando Haddad na pesquisa Ibope, divulgada na terça, que mostra Jair Bolsonaro (PSL) na liderança, o pedetista afirmou que pesquisa é um retrato de momento e que segue em sua campanha com muito trabalho e serenidade. “Sou experiente”, disse ele, numa referência direta ao petista.

Ciro disse que não cede a instituto de pesquisa e, apesar de falar sobre a amizade com Haddad, destacou que seu adversário na corrida eleitoral está se precipitando em inexperiência ou até mesmo na arrogância, em se achar vitorioso ou no segundo turno.

Fonte: Terra
Créditos: Terra