Depois de o presidente Jair Bolsonaro insinuar que a China poderia ter criado o novo coronavírus em laboratório, o governo chinês reagiu nesta quinta-feira, (6), e afirmou se opor à “politização e estigmatização do vírus”. Por meio de um porta-voz, Pequim também afirmou que o coronavírus é um “inimigo comum da humanidade” e que os países precisam atuar juntos.
Os comentários foram feitos na entrevista coletiva diária do porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Wang Wenbin. Questionado pela agência AFP sobre a declaração de Bolsonaro, feita na quarta-feira, Wang evitou citar diretamente o brasileiro, mas defendeu a cooperação entre países na luta contra a pandemia da Covid-19.
“O vírus é o inimigo comum da Humanidade. A tarefa urgente de agora é todos os países se juntarem em uma cooperação antiepidemia e em um esforço para uma vitória antecipada e completa sobre a pandemia. Nós nos opomos firmemente a qualquer tentativa de politizar e estigmatizar o vírus.”
Na quarta-feira, durante cerimônia no Palácio do Planalto, Bolsonaro citou a possibilidade de o coronavírus ter sido criado no contexto de uma “guerra química” e questionou que país que mais cresceu no ano passado — a China teve um crescimento de 2,3% em 2020, enquanto a maioria dos países teve queda do PIB.
“É um vírus novo, ninguém sabe se nasceu em laboratório ou nasceu porque um ser humano ingeriu um animal inadequado. Mas está aí. Os militares sabem que é guerra química, bacteriológica e radiológica. Será que não estamos enfrentando uma nova guerra? Qual o país que mais cresceu seu PIB? Não vou dizer para vocês”, disse Bolsonaro.
Mais tarde, durante passagem pelo Rio de Janeiro, o presidente afirmou que “não falou a palavra China” no discurso e que o Brasil vai continuar vendendo para o país asiático e que a China “precisa comprar o que produzimos aqui”.
Após realizar uma missão na China, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou em março um relatório que afirma que o novo coronavírus muito provavelmente foi transmitido de morcegos para os humanos por meio de um animal intermediário. De acordo com a missão de especialistas, é “extremamente improvável” a hipótese, que havia propagandeada por Donald Trump e outros integrantes do seu governo, de que o patógeno tenha escapado do Instituto de Virologia de Wuhan, um laboratório de segurança máxima.
Fonte: O Globo
Créditos: Polêmica Paraíba