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CCJ VAI ADMITIR A DENÚNCIA: Temer já sabe da derrota e monta reação

FHC tem adotado uma postura cada vez mais crítica a Temer diante do agravamento da crise política, assim como boa parte dos dirigentes tucanos. Em artigo publicado na Folha de S.Paulo, o ex-presidente cobrou a renúncia de Temer e a convocação de eleições gerais como soluções para a instabilidade provocada pelas delações da JBS. 

 

Palácio do Planalto planeja troca de deputados governistas para reverter desvantagem na Comissão antes de denúncia ser votada em plenário

Prevendo um parecer contrário ao presidente, o governo Michel Temer decidiu intensificar as articulações para tentar barrar na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) o avanço da denúncia apresentada contra ele por corrupção passiva.

Em reunião de quase cinco horas no Palácio da Alvorada na noite deste domingo (9), líderes da base governista avaliaram que o deputado Sérgio Zveiter (PMDB-RJ), relator do processo comissão, tende a apresentar nesta segunda (10) um relatório duro contra Temer.

Nas palavras de um líder partidário que participou do encontro, o governo decidiu se preparar para o “pior cenário” -ou seja, que Zveiter recomende a aprovação da denúncia na comissão e no plenário da Câmara.

Veja a intenção de voto dos membros da CCJ

Vice-líder do governo na Câmara, o deputado Carlos Marun (PMDB-MS) disse acreditar que Zveiter deve apresentar um relatório favorável ao arquivamento da denúncia. “O Zveiter é um advogado, ele sabe da necessidade de um conjunto probatório”, afirmou. “Mas, se não apresentar, vamos derrotar o parecer.”

 

Temer determinou que sua base acelere a substituição de integrantes da CCJ que tendem a votar contra ele. As trocas devem ser feitas já nesta segunda-feira (10).

 

Apesar da perspectiva desfavorável em relação ao relatório, o governo acredita que terá os votos necessários para derrotar o parecer de Zveiter. Temer espera ter 39 votos a seu favor na comissão, mas trabalhará para obter o apoio de 41 deputados.

 

Mesmo que o relatório de Zveiter seja barrado e Temer saia vitorioso da CCJ, a denúncia também precisará ser votada em plenário. O governo quer acelerar o desfecho desse processo, para evitar que o desgaste do presidente com esse episódios se prolongue ainda mais.

Confira o passo a passo da denúncia contra Temer

Participaram do encontro no Alvorada os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo), Moreira Franco (Secretaria-Geral), Aloysio Nunes (Relações Exteriores) e Sérgio Etchegoyen (Segurança Institucional), além de líderes partidários e outros parlamentares.

 

Aliados afirmam que Temer estava “animado” durante o encontro e minimizaram a preocupação do presidente. “Quem não estiver preocupado nessa situação é irresponsável”, disse Marun.

PSDB E FHC
Em busca da manutenção do apoio do PSDB a seu governo, Temer também conversou por telefone neste domingo (9) com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

 

O peemedebista pediu a ajuda do tucano para tentar reverter um movimento de rompimento do PSDB, que esta semana pode decidir entregar seus cargos no governo e votar a favor do prosseguimento da denúncia contra Temer.

 

FHC tem adotado uma postura cada vez mais crítica a Temer diante do agravamento da crise política, assim como boa parte dos dirigentes tucanos. Em artigo publicado na Folha de S.Paulo, o ex-presidente cobrou a renúncia de Temer e a convocação de eleições gerais como soluções para a instabilidade provocada pelas delações da JBS.

 

A cúpula tucana deve se reunir esta semana para discutir mais uma vez se permanece ou deixa o governo Temer. Na semana passada, o presidente interino do PSDB, Tasso Jereissati, disse que o país está chegando à “ingovernabilidade”.

Fonte: uol