Hoje, eu escutei a entrevista do senador Cássio Cunha Lima ao programa Correio Debate. Cássio continua com sua pressão sobre o TRE, insinuando dois pesos e duas medidas no julgamento da AIJE que pede a cassação do mandato do governador Ricardo Coutinho.
Ao que parece, no entender de Cássio, só se fará justiça se o TRE cassar o mandato de Ricardo Coutinho e colocá-lo em seu lugar. Logo ele que criticou tanto o desrespeito à vontade das urnas quando foi afastado do cargo em 2007. Dois pesos duas medidas? Isso é Cássio!
O senador tucano pede pressa no início do julgamento, porque, segundo ele, o processo que resultou em sua cassação foi julgado em apenas seis meses depois de iniciado.
Não é verdade. O primeiro processo pelo qual Cássio foi cassado refere-se ao Caso FAC, cuja ação foi interposta pelo PCB em junho de 2006, portanto, seis meses antes da posse e mais de um ano antes de iniciado o julgamento pelo TRE.
No caso do jornal A União, que Cássio cita dando a entender que se trata também do Caso FAC, trata-se de um outro processo pelo qual ele também foi cassado. Ou seja, Cássio sofreu duas cassações pelo TRE por abuso do poder econômico (compra de voto) e político.
Haveria ainda os casos dos envelopes amarelos e do “dinheiro voador” atirado do Edifício Concorde que motivariam nova cassação caso ele não tivesse sido antes afastado do cargo de governador. No caso do “dinheiro voador”, o processo subiu para o STF e até hoje continua parado nas mãos de… Sergio Moro, que atua como auxiliar. Cássio é tucano, sabe como é que é…
Enfim, Cássio precisa olhar para o seu imenso telhado de vidro e deixar a justiça trabalhar em paz.
Flávio Lucio Vieira (Professor Umiversitario e Cientista Político)