Em entrevista ao jornal Correio Braziliense o Senador Cássio Cunha Lima (PSDB), que está no comando do Senado, em substituição ao presidente da Casa, Eunício Oliveira (PMDB-CE), que teve um Acidente Isquêmico Transitório (AIT), no último dia 27, disse acreditar na aprovação das Reformas propostas pelo presidente Michel Temer (PMDB) como a da Terceirização, Trabalhista e Previdenciária. Ele aproveitou para desdenhar da força política do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Nordeste. Sobre o candidato tucano para o posto em 2018, Cunha Lima se recusa a colocar o prefeito de São Paulo, João Doria, como candidato.
Aliado do governo, o senador afirma que o Senado trabalhará para manter o texto aprovado pela Câmara na reforma trabalhista e, se for necessário algum ajuste, eles se articulações para que seja por meio de veto para o projeto não voltar aos deputados. Ao diminuir a importância política que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem no país, o senador não acredita que ele tenha condições de se eleger a Presidência em 2018, e atribui o sucesso do petista nas pesquisas à memória recente do eleitor.
“Vejamos que, mesmo no auge da popularidade, as eleições foram para o segundo turno, tanto dele quanto a da Dilma. É claro que haverá consequência eleitoral em tudo que está acontecendo. Mas imaginar que alguém com o perfil do Lula terá menos que 25%, 30% dos votos é ingenuidade. Ele é um ator político importante nesse processo. Daí a ter condições de ganhar são outros quinhentos”, afirmou Cássio.
Já sobre Doria, o tucano paraibano desdenhou do colega, que tem a previsão de receber titulo de cidadão campinense, aprovado pela base de Cássio em Campina Grande. “O Doria não é candidato. Ele tem dito, insistentemente, que o candidato dele é Geraldo Alckmin. E o partido tem outras opções além do Alckmin, tem Aécio Neves, Tasso Jereissati, Antonio Anastasia, José Serra”, afirmou.
Quando perguntado se o desempenho do governo vai influenciar na eleição. Diante da rejeição de Temer, e se é complicado estar na base? Cássio respondeu:
“Esse é um risco que o PSDB tinha de correr em nome do Brasil. Se as coisas estão ruins, estariam muito pior se a Dilma continuasse na presidência. Eu sempre achei que o melhor caminho para o país eram eleições. Era o TSE fazer o julgamento. Hoje, está provado que essa chapa, comandada pela Dilma, tinha tudo para ser cassada, só que o TSE não conseguiu julgar em tempo hábil. O impeachment veio e qual a nossa responsabilidade agora? Dar sustentação ao governo, com preço político alto. Nós estamos no fundo do poço, o desemprego não para de crescer”, disse Cássio sobre Temer destacando também que o Governo errou em colocar tantas reformas ao mesmo tempo.
“Sob o olhar da tática política, talvez ele tenha salgado um pouco o prato e cabe ao Congresso modular um pouco. Tanto é que já se fala na Câmara só votar a reforma da Previdência quando o Senado terminar a trabalhista, para dar um intervalo. Você vai ter problema na interlocução e a gente está tendo uma derrota de comunicação fragorosa. Os deputados estão precisando desse gesto de solidariedade. Somos uma só base de governo e ela precisa ser monolítica nesse momento para dizer: um por todos e todos por um, não vamos deixar vocês se afogarem sozinhos”, afirmou Cunha Lima.
Redação com Correio Braziliense
Fonte: correiobrasiliense