O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), rebateu, nesta terça-feira, (20), o vereador e filho do presidente, Carlos Bolsonaro (Republicanos), – que havia atribuído o aumento da inflação no Brasil ao gestor tucano.
Em publicação no Twitter, Doria chamou o filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de “Tonho da Lua”, em alusão ao personagem da novela Mulheres de Areia. O governador afirmou que até Ruthinha, protagonista da série televisiva, sabe que a “culpa dos preços altos é do papai”.
“O Brasil tem inflação acumulada de 87,5% nos 12 meses encerrados em fev/21 – [segundo o] IBGE. Até minha calça apertada está mais cara”, ironizou Doria.
Os números apresentados por João Doria são um recorte da alta de preços nas indústrias extrativas, que chegou a 87,59% no acumulado em 12 meses encerrados em fevereiro de 2021, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Taxa “oficial” da inflação brasileira, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), porém, teve aumento de 6,1%, no acumulado de 12 meses fechados em março de 2021.
Nas redes bolsonaristas, o governador Doria, hoje desafeto da família Bolsonaro, é chamado de “calça apertada” por conta das vestimentas justas utilizadas pelo gestor. O apelido, que tem derivações como “calcinha apertada”, é usado de forma pejorativa, para sugerir uma suposta falta de masculinidade.
Tonho da Lua em mais um surto. Até Ruthinha sabe que a culpa dos preços altos é do papai.
Brasil tem inflação acumulada de 87,5% nos 12 meses encerrados em fev/21 – IBGE.
Até minha calça apertada está mais cara.
Só a família q vive de rachadinha não sofre c/ aumento dos preços pic.twitter.com/bKYECeBUm3
— João Doria (@jdoriajr) April 20, 2021
“Vive de rachadinha”, diz Doria
O tucano ainda disse que “só a família que vive de rachadinha não sofre com aumento dos preços”. Doria se referiu ao esquema de rachadinhas no qual Flávio Bolsonaro (Republicanos) é investigado, em relação ao exercício do mandato de deputado estadual pelo Rio de Janeiro.
Na prática, as rachadinhas são o confisco, por parlamentares, de parte dos salários de assessores de gabinete. O caso repercutiu em 2018, após Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) notar movimentações suspeitas de R$ 1,2 milhão na conta bancária de Fabrício Queiroz, assessor de Flávio.
Na publicação desta terça, Carlos Bolsonaro atribuiu o aumento de impostos a governadores e a parte da imprensa. “Uma caninha 51 e uma calcinha de lycra tamanho P para quem errar.”
Fonte: Metrópoles
Créditos: Polêmica Paraíba