contra a corrupção

Camila Toscano se recusa a ficar no mesmo partido que Aécio: "Não posso ser colocada na vala comum"

“Caso ele seja punido que deixe o partido, não tem como ficar em um partido com alguém sendo culpado em um esquema de corrupção”, disse a deputada estadual, Camila Toscano (PSDB), a respeito do senador afastado Aécio Neves, que se viu envolvido em denúncias após a divulgação dos áudios do empresário Joesley Batista da JBS na semana passada.

Camila defendeu mudanças na política brasileira e afirmou que, em se comprovando a culpabilidade de Aécio mesmo assim o tucano permanecer no partido, não só ela, mas vários parlamentares deixariam o PSDB.

“Tem que ser punido independente de ser do meu partido ou não. Nosso ex-presidente se envolveu, foi afastado da presidência do partido e que se investigue que ele seja punido e afastado. Na minha opinião, uma vez que for feita toda a investigação e ele sendo punido não tem como eu ficar no partido”, disse apontado ainda que não apenas ela, mas diversas personalidades deixariam o partido caso isso acontecesse.

Porém, a deputada foi parcimoniosa ao ratificar que espera investigação e que tudo seja provado antes de tomar qualquer decisão, acrescentando que não só ela, mas todo o PSDB vai exigir a saída do senador afastado, porém acreditando que o próprio tucano vai deixar o partido caso as denúncias se comprovem.

Já a respeito da situação política nacional como um todo, a deputada estadual, afirmou que ‘não pode permanecer como está’ e defendeu o fim das coligações para que nas proporcionais entrem os mais votados: ‘não é justo nem democrático com essa questão de partido e coligação, não tem fidelidade a partidos e as vezes entra quem tem menos votos que um suplente. A eleição tem que ser modificada”, disse.

“O povo clama por isso”, disse acrescentando que é preciso dar um fim às doações de participação de empresas privadas. “Mostra que as empresas estão doando a candidatos e envolvidas em esquemas de caixa dois, tem que fazer política sem participação privada”, contou.

“Tenho uma imagem limpa, meu pai está há 35 anos na vida pública sem nenhuma mancha, minha mãe também já foi deputada e prefeita. Não posso ser colocada na vala comum”, completou.

A gravação realizada no dia 24 de março entre o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) e Joesley Batista no Hotel Unique, em São Paulo, mostra que o tucano pede R$ 2 milhões ao empresário sob a justificativa de que precisava da quantia para pagar despesas com sua defesa na Operação Lava Jato.

Na gravação do encontro, Joesley pergunta como poderia fazer a entrega, através de malas com os valores. “Se for você a pegar em mãos, vou eu mesmo entregar. Mas, se você mandar alguém de sua confiança, mando alguém da minha confiança”, propôs o empresário. O senador respondeu: “Tem que ser um que a gente mata ele antes de fazer delação. Vai ser o Fred com um cara seu. Vamos combinar o Fred com um cara seu porque ele sai de lá e vai no cara. E você vai me dar uma ajuda do c****lho”.

Fonte: Paraiba.com