Após o fim do primeiro turno, a candidata Marília Arraes (PT) voltou a comentar sobre a inexperiência do seu adversário político, João Campos (PSB). Os primos voltam a se encarar nas urnas no segundo turno das Eleições, marcado para o dia 28 de novembro.
“O PSB está desonrando a imagem de (ex-governador Miguel) Arraes. A gestão tinha compromisso com quem mais precisa. Acho que João Campos nem lembra. 20 anos atrás ele estava no jardim de infância. Não tem a maturidade que precisa para tomar decisões” cravou, em declarações foram dadas em entrevista na manhã desta segunda-feira, 16, ao programa Passando a Limpo, da Rádio Jornal.
A fala foi em relação à declaração de João Campos de que o PT praticamente não teria participado dos últimos 8 anos de gestão municipal. “Se ele reconhece, ou não reconhece, que o PT participou pouquíssimo, foi por causa da dança ideológica política e de alianças”, explicou.
Perguntada sobre como poderia capitalizar os votos de eleitores de direita e de centro-direita cujos candidatos não avançaram no pleito, Marília respondeu: “A discussão no segundo turno é diferente: ou se Recife quer continuar quatro anos como está aí, ou se o Recife quer fazer diferente e com segurança. É isso que está em jogo. Tenho certeza que as pessoas que tenham um posicionamento à esquerda e à direita não vão querer continuar com o PSB, que tem abandonado política, saúde, habitação”, citou.
O Primeiro Turno
A primeiro pleito das Eleições 2020, neste domingo (15), teve 29,17% dos votos válidos para o socialista João Campos (PSB). A candidata petista Marília Arraes sagrou-se em segundo lugar com 27,95% dos votos válidos. Essa disputa no segundo turno deve testar a força do ‘Eduardismo’ e do ‘Lulismo’ no Recife, apontam analistas políticos ouvidos pelo JC.
Durante a primeira etapa da corrida pela Prefeitura da capital pernambucana, encerrada nesse domingo (15), João evocou a imagem do pai, o ex-governador Eduardo Campos, diversas, chegando a mostrar imagens em que ambos realizavam movimentos e falas semelhantes. Já Marília, mesmo não tendo trazido Lula (PT) para a eleição logo no início da campanha, apostou alto ao colar sua imagem à do ex-presidente e sentiu o efeito positivo disso nas urnas.
“Prevejo uma disputa de narrativas entre o ‘Lulismo’, pelo PT, e o ‘Eduardismo’, pelo PSB”, afirma o cientista político Alex Ribeiro, apontando que o confronto dessas correntes ideológicas pode ser um fator de dificuldade tanto para João quanto para Marília que terão que correr em busca do eleitorado de Mendonça e Patrícia, além dos indecisos, para faturar a eleição. “A rejeição ao PSB no Recife e o antipetismo que predomina no eleitorado conservador serão os principais desafios para os dois postulantes conseguirem almejar mais votos”, argumenta Ribeiro.
Na mesma linha, o cientista político Eli Ferreira lembra que há um desgaste natural do PSB por estar há muito tempo na prefeitura e uma forte rejeição ao PT entre os eleitores posicionados mais à direita. Diante desse cenário, ele aponta fatores que podem ser decisivos no segundo turno. “Quem tiver menor rejeição, tem uma boa vantagem e possibilidade ser eleito”, afirma o especialista, ressaltando que o segundo turno deve ser acirrado.
Fonte: Jornal do Commercio PE
Créditos: Polêmica Paraíba