O candidato à Presidência da República pelo PSOL, Guilherme Boulos, afirmou nesta quarta-feira (29) em São Paulo que, se eleito, pretende criar maiores mecanismos de controle da população sobre os gastos públicos, entre eles estariam plebiscitos, referendos e consultas populares por aplicativos.
Segundo ele, se isso tivesse ocorrido no caso da proposta de emenda constitucional que limitou os gastos públicos por 20 anos, “com certeza a população na teria aprovado a redução dos investimentos em saúde e educação”.
Boulos conversou com a imprensa em Pinheiros, na Zona Oeste de São Paulo, depois de um encontro com representantes da ONG Transparência Internacional de combate à corrupção.
“Vamos fazer mecanismos de maior participação da população no controle para também Impedir qualquer tipo de financiamento privado das campanhas. A gente sabe muito bem como funciona no Brasil. Empresários, banqueiros, agronegócios, empreiteiras, financiam campanhas eleitorais e quem entra lá atende o interesse de quem pagou, não de quem votou”, afirmou o candidato.
“Quem paga a banda escolhe a musica, é assim que funciona. A nossa campanha não tem financiamento de nenhum deles, o que não nos deixa de rabo preso e nos dá condições de de enfrentar a apropriação do interesse público pelos negócios”, disse Boulos.
“O financiamento de empresários de grandes campanhas eleitorais capturam, sequestram, o poder político. Se a empreiteira financia o candidato, isso não é doação, é investimento que depois ele recebe com juros e correção em licitação e temos que acabar com isso e estes privilégios ampliando o controle da população. O caminho é o controle das pessoas. Os ratos se crescem, quando o povo não está vendo. Vamos criar mecanismos como plebiscitos e referendos, um sistema de democracia direta, para que a população possa participar das grandes decisões do país. Chamamos isso de democracia 5.0”, acrescentou o candidato.
“A partir do celular, criar aplicativos de consultora popular e de controle social para os negócios públicos ficarem mais transparentes”, defendeu.
Bruno Brandão, diretor-executivo do Transparência Internacional no Brasil, afirmou que as mesmas propostas entregues a Boulos foram apresentadas também a outros candidatos. “Esta campanha é para fomentar um debate de que importam propostas e não acusações e nós trouxemos ao candidato propostas concretas que foram construídas pela comunidade, 70 medidas, que ele possa reforçar suas propostas”, disse.
Fonte: G1
Créditos: G1