Destes, 120 já foram identificados, e outros 199 seguem desaparecidos.
A retirada das vítimas foi possível porque a estrutura do vestiário colapsou apenas parcialmente, formando chamados “espaços vitais isolados” e impedindo que o local fosse totalmente invadido pela lama.
As buscas nessa área tiveram que ser suspensas nesta manhã por causa das fortes chuvas que atingiram a região desde a madrugada, mas foram retomadas no início da tarde e, segundo o porta-voz do Corpo de Bombeiros, Pedro Aihara, as chances de se encontrar mais corpos ali são grandes.
No outro local em que estavam as vítimas achadas neste domingo, próximo à área administrativa e ao trem que aparece em vídeos da tragédia, os trabalhos foram facilitados porque as equipes têm conseguido fazer escavações.
No sábado (2), o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) também achou dois fragmentos de corpos que foram arrastados até o rio Paraopeba, para onde a lama correu após percorrer cerca de 10 km depois do rompimento da barragem.
Na manhã desta segunda, as buscas haviam sido concentradas perto do rio, com duas embarcações e a pé, porque a chuva impedia o uso de helicópteros. Mas, depois que a precipitação cessou, as equipes voltaram a ser deslocadas também para as chamadas áreas quentes, onde acredita-se haver mais corpos.
A partir desta segunda, os bombeiros usarão 15 máquinas pesadas nas buscas —até agora eram cinco—, em locais mais próximos à margem do rio, onde a lama está mais sólida. O efetivo que se reveza é de cerca de 400 pessoas, sendo 200 militares mineiros, 100 de outros estados e 64 da Força Nacional, além de voluntários.
As chuvas, que devem continuar nos próximos dias, podem provocar deslizamento de rejeitos, colocando em risco as equipes. Por outro lado, amolecem partes específicas de lama que estavam endurecidas e facilitam as buscas por corpos boiando na água.
O avanço da pluma de lama no rio, que antes estava em 1 km por hora e agora corre em 0,3 km por hora, também se intensifica quando chove.
De acordo com Aihara, a redução no número de corpos encontrados à medida que o tempo passa já era esperada.
“Nos primeiros dias eles estavam em níveis superficiais, era mais fácil localizá-los e retirá-los. Agora o trabalho é muito mais meticuloso, também para não prejudicar a identificação”, disse.
Ele afirmou que as buscas “certamente” vão demorar meses, “mesmo que sejam quatro ou cinco”, e repetiu que as equipes só vão parar quando for impossível, por causa da decomposição dos corpos. Citou a tragédia de Mariana (MG), em que morreram 19 pessoas e os trabalhos duraram mais de três meses.
Quanto à segurança da barragem 6, de água, a Defesa Civil frisou que as chuvas não causam preocupação. A drenagem reduziu seu nível em 2,14 metros até agora, e ela continua sendo monitorada 24 horas por dia.
DOAÇÕES
A Defesa Civil de Minas Gerais agradeceu as doações de insumos vindos de todo o país, mas ressaltou que agora não é necessário mais nenhum produto para as famílias atingidas. Novas doações podem atrapalhar a logística de armazenamento e distribuição.
Fonte: UOL
Créditos: Júlia Barbon