Em processo de formação de equipe, o governo Jair Bolsonaro que vai assumir em 1º de janeiro tem sido alvo de críticas de seus adversários, derrotados nas urnas, e de aliados, que esperavam o troco na primeira oportunidade – tipo de ação que o ainda candidato já afirmava que não faria, caso fosse eleito. A dias da diplomação, o capitão reformado está tendo o cuidado de aplicar o máximo das promessas de campanha que o fizeram vencedor.
Aos aliados, parece faltar paciência de esperar uma fatia do poder outorgado por eleitores ávidos por mudança de rumos. Começou pela nomeação de técnicos e também de pessoas da sua mais alta confiança. Como a prática do ‘toma lá, dá cá’ há muito tempo, para não dizer sempre, era regra da formação alguns já torcem o nariz por não ver seu agrupamento contemplado.
Quem votou e apoiou a eleição do projeto de mudança não pode esquecer que na política representativa: eleição é uma coisa e governo é outra. Democraticamente deve lembrar que se vence com os aliados mas se governa também para os derrotados.
Aos adversários, caberia uma reavaliação das atitudes de antes e durante a campanha eleitoral. Depois, apresentar seu contributo com o projeto que deve conduzir o País nos próximos quatro anos – sem pedir cargos e favores.
Afinal, na disputa encerrada há 20 dias, vencedores e derrotados defendiam um futuro melhor para o Brasil. Por que agora, então, um lado torce para que não dê certo? Será que o Brasil governado pelos meus merece o bem, mas se for governado pelos outros tem de ir mal?
São questões que já foram respondidas por muitos que votaram a favor do projeto vencedor. Em 2014, após a derrota, um lado construiu mau caminho pensando em triunfar este ano. No meio desse trajeto, os dois lados já estavam à margem do poder – sendo tratados como maus elementos. No mês passado, as urnas afastaram diversos e reduziram as representações dessas agremiações que polarizaram a crise.
Ao futuro governo cabe limpar a casa, recuperar a auto-estima dos moradores, trazer de volta os retirantes e construir um País que tenha orgulho de ser e não apenas ter. O Brasil é nosso. Não cabe mais o ‘deles’.
Fonte: Correio da Paraíba
Créditos: Correio da Paraíba