Em coletiva a emissoras católicas, o presidente eleito Jair Bolsonaro, do PSL, disse que a fusão dos ministérios do Meio Ambiente e da Agricultura, “pelo que parece, será modificada”.
“Pelo que tudo indica, serão dois ministérios distintos”, declarou. “Pretendemos proteger o meio ambiente sim, mas não criar dificuldades para o nosso progresso”, afirmou, dizendo que a concessão de licenças ambientais pode levar “dez anos ou mais”.
Bolsonaro disse ainda que, se mantiver Ministério do Meio Ambiente, a pasta será comandada por “alguém voltado para a área, sem ser xiita”. A expressão é a mesma usada por ele na semana passada, quando em transmissão ao vivo para redes sociais havia dito que poderia desistir da fusão do órgão com a Agricultura.
Para o presidente eleito, o País é o que “mais protege” o meio ambiente. “O que a gente defende é que não criar dificuldade para o nosso progresso”, comentou.
Mais tarde, em coletiva a emissoras de TV, o presidente eleito afirmou que ainda não está certa a fusão dos ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente, pensada para “pacificar” atritos entre as áreas. “Temos mais dois meses para discutir sobre junção da Agricultura com o Meio Ambiente”, afirmou. Bolsonaro lembrou ainda que não existe unanimidade entre ruralistas sobre a questão, por conta de possíveis “pressões internacionais”.
“Estou pronto para voltar atrás, não tem problema nenhum. Não vai ter ninguém com pressão de ONGS, um trabalho xiita. Queremos preservar o meio ambiente, mas não da forma que vem sendo feito ultimamente”.
Na quarta-feira, 31, o futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, havia sinalizado que a fusão não estava certa. “O presidente ainda não bateu o martelo”, afirmou Onyx. O anúncio da fusão causou protestos na Frente Parlamentar da Agricultura, a chamada bancada ruralista, que vê a ideia com desconfiança. O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, criticou a decisão, avaliando que ela trará prejuízos ao agronegócio, muito cobrado pelos países da Europa pela preservação ambiental.
Especialistas da área ambiental afirmam que a fusão é ruim para ambas as pastas, com risco de perdas irreparáveis para a conservação e uso sustentável do patrimônio natural do País.
Fonte: Estadão
Créditos: Estadão