Apesar da popularidade que só cai e da aprovação de seu governo que despenca, devido à péssima gestão da pandemia, Bolsonaro está com o foco na reeleição em 2022, até mais do que no combate ao vírus. O presidente está procurando, desde o ano passado, uma nova sigla para se filiar, e tem pressa: “O tempo é nosso inimigo”, foi a frase dita pelo presidente Jair Bolsonaro em reunião com seu núcleo político, a declaração externou a preocupação com o fato de ainda não ter encontrado um partido para chamar de seu.
Sem a garantia que poderá se filiar e assumir o controle do Patriota, Bolsonaro autorizou interlocutores a abrirem negociações com o Democracia Cristã (DC), PMN e PSC. Nos próximos dias, o presidente e seu clã vão definir o partido para o qual migrarão. O anúncio deve ser feito até o fim deste mês. As informações são do jornal O Globo.
Na semana passada, interlocutores do presidente procuraram José Maria Eymael, presidente do DC: “Fomos procurados por interlocutores do presidente. Acredito que podemos ter uma conversa presencial com o próprio presidente nos próximos dias. Bolsonaro e DC podem contribuir muito para a democracia cristã no país”, disse Eymael.
No PMN, integrantes da sigla também confirmam que foram procurados. Entretanto, as mesmas fontes adiantam que há resistência em entregar o controle da executiva nacional e de diretórios estaduais a nomes indicados pelo presidente. Na Paraíba, por exemplo, o partido segue uma linha mais voltada à esquerda, tendo Lídia Moura como presidente estadual e Bala Barbosa como vice, nomes ligados ao espectro oposto de Bolsonaro.
Já no PSC, o deputado André Ferreira (PÉ), que foi o líder do partido na Câmara em 2020, diz que os dez integrantes da bancada querem Bolsonaro de volta. No núcleo do presidente, a avaliação é que a filiação dependeria do afastamento definitivo de Pastor Everaldo da presidência do partido. Mesmo preso, ele não deu mostras de que pretende abdicar do comando da legenda.
O presidente tem pressa para se filiar a alguma legenda pois avalia que a demora atrapalha a negociação de alianças para 2022. Apesar do convite de siglas maiores, como PP e PTB, e de recente sondagem do PSC, a avaliação do núcleo do presidente é que o futuro partidário deverá ser em uma legenda pequena. Dessa forma, Bolsonaro teria mais facilidade de indicar nomes para a executiva nacional e, assim, controlar o partido e garantir que terá espaço para disputar a reeleição. O controle de diretórios estaduais como do Rio e São Paulo também são estratégicos.
DC e PMN sequer elegeram deputados federais e estariam mais dispostos a receber os parlamentares, do PSL e de outras legendas, que acompanhariam Bolsonaro. Aliados do presidente acreditam que até 60 congressistas podem acompanhar o movimento.
Além das três siglas, o portal R7 diz ainda que Bolsonaro pode se filar ao Partido da Mulher Brasileira (PMB) e que, depois de assumir o controle da sigla, como presidente ou presidente de honra, ele mudará o nome do partido, para abrigar aliados que hoje estão filiados a outras legendas.
Há duas semanas, Bolsonaro chegou a dar como certa a sua filiação ao Patriota. Presidente da legenda, Adilson Barroso participou de um encontro com Bolsonaro no Palácio do Planalto. Ocorre que Barroso enfrenta resistência no próprio partido, já que ele não controla mais a legenda. Em 2018, o Patriota, para cumprir a cláusula de barreira, anunciou a fusão com o PRP, controlado por Ovasco Resende, que passou a ter 50% da sigla. Barroso ficou com 30%, e outros 20% ficaram nas mãos de parlamentares, atualmente divididos entre aceitar ou não Bolsonaro. Ovasco, por sua vez, tem se mostrado contrário à ida do presidente para o partido.
Fonte: Polêmica Paraíba e “O Globo”
Créditos: Polêmica Paraíba