Embora lidere as pesquisas de intenção de voto nos cenários que desconsideram a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL) tem observado uma elevação em sua taxa de rejeição como candidato, ao passo que mantém o nível de adesão entre fiéis.
Entre maio e agosto, o percentual dos eleitores que declaram que não votariam em Bolsonaro “de jeito nenhum” saltou de 47% para 57%. Esse índice cresceu em todo o eleitorado, mas teve uma intensidade diferente entre segmentos distintos da população. O crescimento da rejeição foi mais intenso nos grupos que já não votavam no candidato – esses eleitores, que pertencem a faixas com inclinação por outros candidatos, passaram a dizer que não votarão no deputado em nenhuma hipótese.
Isso significa que ele continua com espaço nos grupos que já são simpáticos a sua candidatura, mas terá mais dificuldades de conquistar novos votos em outras faixas do eleitorado, o que indica um obstáculo adicional em um eventual segundo turno. Pode ser resultado de sua estratégia de fidelizar o próprio eleitor e não de expandir seu público alvo.
Esse foi o caso de três grupos símbolo em que o desempenho de Bolsonaro é comparativamente pior: entre mulheres, no Nordeste e entre eleitores menos jovens.
Entre as mulheres, a rejeição de Bolsonaro saltou 11 pontos percentuais, atingindo 62%, contra um crescimento de 8 pontos percentuais na rejeição entre os homens, estrato em que o “não votaria de jeito nenhum” chega a 51%. Na intenção de voto, Bolsonaro atinge 15% entre mulheres e 32% entre homens.
Movimento semelhante acontece entre os eleitores do Nordeste, onde Bolsonaro tem 16% das intenções de voto contra 23% no total do país. Nessa região, a rejeição ao deputado saltou de 56% para 68%.
O terceiro estrato que acompanha o movimento são os eleitores de 35 a 54 anos e com mais de 55 anos, grupos em que a rejeição ao deputado saltou 12 e 14 pontos percentuais no período, atingindo 60% e 62%, respectivamente. Entre as faixas etárias, essas são as duas em que Bolsonaro tem mais dificuldades.
Fonte: Infomoney
Créditos: Infomoney