Jair Bolsonaro exonerou Fábio Wajngarten do cargo de Secretário Especial de Comunicação Social (Secom) do Ministério das Comunicações. A exoneração foi publicada na edição da madrugada desta quinta-feira (11) do Diário Oficial da União (DOU). Em seu lugar, Bolsonaro nomeou o almirante de esquadra Flávio Augusto Viana Rocha para exercer o cargo interinamente.
Rocha atualmente chefia a Secretaria de Assuntos Estratégicos. Já o empresário Wajngarten assumiu a chefia da Secom em abril de 2019, em substituição a Floriano Barbosa de Amorim, nomeado no início do governo, após ter trabalhado no gabinete do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente. Empresário do setor de pesquisa de mídia, Wajngarten apoiou Bolsonaro na campanha eleitoral de 2018 e auxiliou o presidente a se aproximar da comunidade judaica. Wajngarten deve ir para outro posto no governo. As informações são do G1.
A tendência é a de que a Secom, pelo menos por enquanto, siga subordinada ao Ministério das Comunicações, de Fábio Faria. O almirante e o ministro são próximos e, no início do mês, viajaram juntos em missão diplomática para Ásia e Europa. Segundo pessoas ligadas ao presidente, Faria foi o responsável por articular a ida do almirante para a Secom e, por isso, a troca não significa uma militarização da comunicação do governo, apesar de Rocha ainda estar na ativa.
Motivos da saída
A saída de Wajngarten ocorre após um histórico de desentendimentos do empresário com a imprensa, com sua própria equipe, com Fábio Faria e também com o gabinete da Presidência da República. Neste último caso, os desentendimentos ocorreram principalmente devido à política de comunicação durante a pandemia do coronavírus. Bolsonaro demonstrava descontentamento com o empresário.
A Polícia Federal mirou Wajngarten em julho de 2020 com um pedido de busca e apreensão, pois havia a suspeita de que o governo federal, por meio da Secom, repassava de forma indireta dinheiro de publicidade para páginas bolsonaristas que incentivaram atos antidemocráticos. A PGR (Procuradoria-Geral da República) se manifestou contra a solicitação, sob o argumento de que não havia lastro mínimo concreto que justificasse a ação policial e que as buscas poderiam ser substituídas por medidas menos invasivas.
Em outro caso que envolve o agora ex-secretário, a Folha revelou no ano passado que Wajngarten recebia, por meio de uma empresa da qual é sócio, dinheiro de emissoras de televisão e de agências de publicidade contratadas pela própria secretaria, ministérios e estatais do governo federal.
Antes da alteração, o presidente pretendia nomear Wajngarten para um posto de assessor especial da Presidência da República, provavelmente em São Paulo, para onde o secretário costuma viajar com frequência, um dos motivos de seu desgaste no governo.
Fonte: G1 e Rádio Bandeirantes
Créditos: Polêmica Paraíba