O voo com o candidato à Presidência pelo PSL, Jair Bolsonaro, pousou no Aeroporto de Congonhas, na Zona Sul de São Paulo, na manhã desta sexta-feira (7). De lá, ele será levado para o Hospital Albert Einstein, também na Zona Sul.
Após pousar, às 9h44, o avião parou no hangar de sua empresa. Em seguida, uma ambulância encostou ao lado da aeronave. Mais de 20 minutos depois, a ambulância levou o candidato até o helicóptero Águia, da Polícia Militar.
Bolsonaro estava internado na Santa Casa de Juiz de Fora, em Minas Gerais, onde passou por uma cirurgia após o ataque que sofreu na quinta (6), na mesma cidade mineira.
Segundo médicos ouvidos pela reportagem, o candidato está “extremamente estável”, e não havia risco para a transferência. Por isso, a família de Bolsonaro decidiu pela internação no Einstein. Um médico do hospital paulistano acompanhou o candidato no voo.
Em um vídeo gravado na Santa Casa de Juiz de Fora e divulgado pelo site “O Antagonista” e nas redes sociais pelo senador Magno Malta (PR), Bolsonaro diz que nunca fez mal a ninguém e que se preparava para os riscos da campanha eleitoral.
“Até o momento, Deus quis assim. Eu me preparava para um momento como esse porque você corre riscos. Mas, de vez em quando, a gente duvida, né! Será que o ser humano é tão mau assim? Nunca fiz mal a ninguém”
Bolsonaro foi atingido por uma facada na barriga durante um ato de campanha em Juiz de Fora na tarde desta quinta-feira (6). O agressor foi preso.
Recuperação
Jair Bolsonaro não deverá receber alta hospitalar antes de “uma semana ou 10 dias”, disse em coletiva de imprensa na noite desta quinta-feira (6) o médico Luiz Henrique Borsato, da Santa Casa de Juiz de Fora, um dos profissionais que operaram o candidato. Ele ressaltou que o prazo é uma estimativa e que tudo dependerá da evolução do quadro de Bolsonaro.
O candidato era carregado nos ombros por apoiadores quando um homem se aproximou e o atingiu na barriga. “As lesões internas foram graves e colocaram em risco a vida do paciente”, disse Borsato.
O procedimento detectou que o intestino grosso foi transfixado pela faca e que houve também três lesões no intestino delgado. A facada atingiu ainda uma veia do abdômen.
“O que houve foi um sangramento na veia abdominal, que logo foi estancado, e lesões nos intestinos grosso e delgado. Foi retirada a parte lesada do intestino grosso, e o intestino delgado foi costurado”, disse Borsato. A lesão no fígado, que chegou a ser uma hipótese, foi descartada.
Cinco cirurgiões e dois anestesistas trabalharam na operação. Durante o procedimento, Bolsonaro precisou receber quatro bolsas de sangue em transfusão. A cirurgia durou cerca de duas horas e terminou por volta das 19h40. Em seguida, Bolsonaro foi levado entubado e sedado para a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).
Segundo o último boletim médico, o político é considerado um paciente grave que está submetido a cuidados intensivos. Na noite desta quinta, ele apresentava quadro estável.
Os médicos fizeram uma colostomia temporária, procedimento que conecta o intestino a uma bolsa fora do corpo, evitando que as fezes passem e possam causar uma infecção no local onde foi tratada a perfuração. Ele deve ser submetido a outra operação futuramente, para reverter a colostomia.
Agressor preso
No momento em que foi esfaqueado, Bolsonaro fazia corpo a corpo com eleitores na região do Parque Halfeld. O suspeito de atacar o candidato foi identificado pela PM como Adélio Bispo de Oliveira, de 40 anos.
O agressor foi preso na delegacia da Polícia Federal em Juiz de Fora, onde confessou o crime. Ele transferido para o Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp), de Juiz de Fora por volta das 2h30. A PF investiga a participação de um segundo suspeito no ataque ao candidato.
O advogado de Adélio, Pedro Augusto Lima Possa, disse que seu cliente assumiu a autoria do atentado, e que ele agiu por “motivações religiosas, de cunho político”. “Ele não tinha intenção de matar, em momento algum. Era só de lesionar”, disse Possa.
O agressor é formado em pedagogia. Atualmente, não há registro de filiação partidária dele, mas Oliveira foi filiado ao PSOL entre 2007 e 2014. Ele tem passagem na polícia em 2013 por lesão corporal.
A executiva do PSOL em Minas Gerais confirmou que o agressor foi filiado ao partido no passado e divulgou nota repudiando o ataque e cobrando uma investigação.
Fonte: G1
Créditos: G1