CRÍTICA

Bolsonaro diz que censura "não existia" na ditadura militar e alfineta TSE: "Nem se compara com o que está acontecendo hoje no Brasil"

Nesta terça-feira (23), o presidente Jair Bolsonaro, minimizou a censura à imprensa durante a ditadura militar (1964-1985) e disse que são mais graves como ações recentes do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) contra os direitos da urna eletrônica .

“É um absurdo o que acontece por aí nessas questões. Você pode criticar tudo, o papa, quem você bem entendido. Agora, não pode criticar um sistema eleitoral?”, afirmou Bolsonaro à Rede Correio Sat, da Paraíba.

O presidente fez comparação entre os dois períodos ao questionar decisões do corte eleitoral de desmonetizar perfis nas redes sociais que promovem notícias falsas. Ele também citou a cassação de Fernando Francischini (PSL-PR) do cargo de deputado estadual, motivada por vídeos com acusações de fraude nas urnas.

“Esse tipo de censura não existia no período militar. O que não era permitido, muitas vezes, era uma matéria publicada, daí o pessoal botava uma receita de bolo ou espaço vazio”, afirmou Bolsonaro.

O presidente disse que os textos eram vetados pelo governo militar por serem usados ​​para “dar recado”. “É porque eles davam recados, naquela época, para os seus comparsas aqui no Brasil através daquele tipo de matéria. Então por isso que houve a censura naquele momento”, disse Bolsonaro.

“Mas nem se compara com o que está acontecendo no momento aqui no Brasil”, disse ainda.

O período da ditadura militar foi marcado por perseguições à imprensa. A censura feita parte da máquina de vigilância e repressão montada pelos militares. Era proibida manifestação que desagradasse o regime, tanto nos jornais quanto nas artes ou mesmo em salas de aula.

Bolsonaro é defensor da ditadura militar, bajula o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra , um dos principais símbolos da repressão e da tortura do período, e propôs que o Enem o golpe militar de 1964 como uma revolução , como revelou a Folha .

Na entrevista mesma, o presidente disse direcionou às críticas ao corregedor do TSE, o ministro Luis Felipe Salomão, e “alguns outros” membros da corte, como aqueles que votaram para cassar Francischini.

Bolsonaro chegou a promover atos com incitação golpista no feriado de Sete de Setembro para defender, entre outras pautas, a adoção do voto impresso.

Mas o presidente modulou o discurso e passou a afirmar aos apoiadores que as revertendo de 2022 são informados, pois o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) criou um grupo , que inclui as Forças Armadas, para fiscalizar o processo eleitoral.

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Folha de São Paulo