O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou hoje a usar um termo depreciativo para se referir à população do Nordeste, em especial os cearenses. Na tentativa de criar laços de proximidade com os eleitores da região —onde ele possui alto índice de rejeição—, o governante voltou a dizer que a filha caçula, Laura, “tem em suas veias também sangue de nordestina”.
Segundo ele, a primeira-dama, Michelle, é filha “de um cabra da peste, de um cabeça chata, de um cearense”. A declaração ocorreu durante visita à barragem de Oiticica, na cidade de Jucurutu (RN), empreendimento que vai receber as águas do eixo Norte do projeto de transposição do rio São Francisco.
Com viés preconceituoso, a expressão “cabeça chata” é tradicionalmente utilizada para zombar da população cearense, sem base na realidade. Essa não foi a primeira vez que Bolsonaro se referiu dessa forma à população daquele estado. Em live realizada em janeiro de 2020, o chefe do Executivo federal afirmou que, no Ceará, “todo mundo é cabeçudo”.
Bolsonaro tem acumulado manifestações de cunho racista e/ou preconceituoso em relação aos nordestinos desde que tomou posse, em janeiro de 2019. Na semana passada, houve novo episódio que gerou ampla repercussão negativa: o político se dirigiu a assessores nordestinos que o acompanhavam em uma live como “pau de arara”.
Ao comentar a revogação de mais de duas dezenas de decretos de luto oficial, Bolsonaro também errou o estado de nascimento do líder religioso Padre Cícero (1844-1934). “Dadas as nossas revogações, feitas há pouco tempo, falaram que eu revoguei o luto de Padre Cícero, lá de Pernambuco”. Na verdade, Padre Cícero nasceu no estado do Ceará.
Fonte: UOL
Créditos: Polêmica Paraíba