No texto da convocação de um novo marqueteiro, o PT pede que as produtoras, “se possível”, voltem suas atenções para o “segmento do eleitorado que votou em Lula, mas em 2018 votou em Bolsonaro e agora está retornando para Lula”.
Trata-se do chamado eleitor “bolsolula”. Como define a colunista do UOL, Thais Oyama.
Em junho, pesquisa do Ipec deu uma ideia de quantos são esses eleitores. Segundo o levantamento, 25% dos brasileiros que optaram por Bolsonaro no segundo turno das eleições de 2018 (contra o então candidato petista Fernando Haddad) dizem que “com certeza” votariam em Lula para o Palácio do Planalto em 2022.
Em agosto, a pedido da revista Veja, o Ipec detalhou o perfil do bolsonarista arrependido que passou a correr na direção do petista.
De acordo com o instituto, a maior parte dos brasileiros que votou em Bolsonaro e agora pretende apoiar Lula é do sexo masculino (53%); cursou até o ensino médio (36%); mora na região Sudeste (44%); é católico (50%); e tem renda de até um salário mínimo (41%).
No passado, esse eleitor votou em Bolsonaro por três motivos principais e sobejamente apontados por especialistas: 1) o sentimento da anti-política, nutrido em grande parte pelos escândalos de corrupção envolvendo o PT; 2) a ruinosa gestão da economia no governo da petista Dilma Rousseff; e 3)o desejo de uma “mão firme” na área da segurança pública, oportunamente “respondido” pelo ex-capitão com o discurso do endurecimento do combate ao crime e a mímica da “arminha”.
Hoje, porém, questões como a antipolítica, a corrupção e mesmo a segurança pública são perfumaria comparadas ao problema bem mais imediato do estômago vazio.
Tanto a inflação de dois dígitos quanto o desemprego perto dos 13% atingem em cheio o perfil do eleitor “bolsolula” descrito pelo Ipec.
Fonte: Com Thais Oyama do UOL
Créditos: Polêmica Paraíba