Até então, o maior corte tinha ocorrido entre os meses de janeiro e fevereiro de 2013, após o fim de um recadastramento do governo federal. Naquela ocasião, houve 278 mil benefícios pagos a menos.
Quando foi lançado, em 2003, o programa atendia 3,6 milhões de famílias –a maioria já recebia benefícios menores que foram extintos, como o Bolsa Alimentação, o Vale Gás e o Bolsa Escola.
Em Maceió, onde 55,2 mil famílias dependem do pagamento. O município também teve corte no número de beneficiários: em junho, eles eram 57,4 mil. Diversos relatos de pessoas que recebiam a bolsa apontam a mesma coisa: não houve informação prévia do corte e as pessoas não foram notificadas para recadastro.
Cliwleide Gomes da Silva, 38, é beneficiária desde o início do programa e diz que nunca teve o benefício cortado nesse período. “Quando fui sacar agora no dia 27, saiu um papel dizendo que estava bloqueado, não tinha justificativa. Foi o maior susto porque sempre faço tudo direitinho, trago a frequência escolar, cartões de vacina, faço recadastramento”, diz a mulher, que tem dois filhos e depende do benefício para pagar as contas. “Minha única renda extra é quando arrumo alguma faxina ou vendo alguma coisa, mas é difícil”, diz.
Questionado sobre os cortes pelo UOL, o MDS enviou nota em que não explica a redução e culpa, de forma genérica, a “condução desastrosa da política econômica brasileira e a irresponsabilidade fiscal do governo Dilma Rousseff (PT), que “ainda geram impacto na vida dos brasileiros”.
A pasta afirma que, ao assumir o ministério, em maio do ano passado, “o ministro Osmar Terra precisou reorganizar a gestão dos programas sociais, aprimorar os mecanismos de controle e melhorar a focalização do Bolsa Família”.
“Em outubro do ano passado, o MDS realizou o maior pente-fino da história do Bolsa Família, o que permitiu incluir, desde então, 1.446.423 famílias. Ou seja, retirou quem estava recebendo indevidamente e concedeu o benefício a quem realmente precisa. Além disso, em janeiro e fevereiro deste ano, zeramos fila de espera, o que jamais havia acontecido desde a criação do programa”, informou.
O MDS diz que, hoje, existem 551 mil famílias aguardando a concessão do benefício e “trabalha para que possa, novamente, zerar a fila”. A pasta voltou a confirmar que não há data para reajuste da bolsa, apenas que o ministro Osmar Terra “está empenhado em conceder o reajuste”.
Créditos: UOL