O ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, disse em entrevista à rádio Jovem Pan, na noite desta terça-feira (19), que o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) tem uma “agressividade acima do normal”.
Muitos esperavam que Bebianno, após ser demitido por conta da polêmica das candidaturas laranja do PSL, passasse a atacar Jair Bolsonaro. Não foi exatamente o que ele fez. O ex-coordenador da campanha de Bolsonaro foi só elogios com o presidente e associou sua demissão ao filho.
“Fui demitido pelo Carlos Bolsonaro, simples assim (…) Minha indignação é a de ter servido como um soldado disposto a matar e morrer e no fim ser crucificado e tachado de mentiroso porque o Carlos Bolsonaro fez uma macumba psicológica na cabeça do pai”, disparou.
Bebianno revelou que tem sido “fritado” por Carlos Bolsonaro desde o período da transição de governo, e que o vereador não o queria como ministro. “Me causou muita dor ter sido fritado em público pelo filho do presidente. Isso não se faz. Isso não é correto, não é humano. Fiquei muito ressentido porque num primeiro momento fui chamado de mentiroso”, disse.
O filho do presidente havia afirmado, na semana passada, que Bebianno não falou com Bolsonaro no dia 12 de fevereiro. Na ocasião, o presidente estava internado no Hospital Albert Einstein e as revelações sobre candidaturas laranja no PSL enquanto o ex-ministro era presidente do partido caiam como uma bomba no governo. Foi aí que Carlos Bolsonaro chamou Bebianno de “mentiroso”. Áudios divulgados hoje pela Veja, no entanto, mostram que o presidente e o ex-ministro conversaram naquele dia, o que desmonta a versão de Carlos que foi endossada por Jair.
Na entrevista, no entanto, Bebianno defendeu o presidente. “Eu tenho caráter, não vou atacar o nosso presidente em nada, nosso presidente é um homem correto, um patriota que quer o bem do nosso país. E eu tenho certeza que esse governo vai dar certo”.
“Senhas”
Apesar dos elogios, inúmeras falas do ex-ministro, que na semana passada chegou a dizer que cairia “atirando”, soaram como uma “senha” do que pode vir pela frente. Uma das declarações suspeitas foi a de que Carlos Bolsonaro só viajou com a equipe de campanha do pai para Juiz de Fora (MG), cidade em que o então candidato sofreu um atentado a faca.
Em seu blogue, o editor da Fórum, Renato Rovai, pondera: “Como se sabe, em política ninguém diz nada por acaso. Será que a declaração teria alguma ligação com as dúvidas que ainda hoje pairam sobre a facada?”. Saiba mais aqui.
Fonte: Revista Fórum
Créditos: Redação Revista Fórum