Após chegar à Itália na manhã desta segunda-feira , em um avião Falcon 900 da Aeronáutica italiana, Cesare Battisti foi acompanhado por agentes do GOM, o grupo operativo móvel da polícia penitenciária, e levado para a prisão de Rebibbia. Na prisão romana, ele estará sozinho em uma cela, com seis meses de isolamento, na área de alta segurança reservada aos terroristas.
– Ele vai ficar na prisão perpétua – assegurou o ministro da Justiça, Alfonso Bonafede, sobre a condenação de Battisti pelos quatro assassinatos.
O procurador-geral de Milão, Roberto Alfonso, disse que as investigações continuam para identificar a rede de apoiadores de Battisti.
O cárcere de Rebibbia é o instituto penitenciário mais próximo (20 quilômetros) do aeroporto de Ciampino. Construído em 1971, atualmente abriga cerca de 1.500 presos. Em 2011, os irmãos Taviani fizeram o filme “César deve morrer”, premiado com o Urso de Ouro no Festival de Berlim 2012. O filme conta a história de um grupo de prisioneiros que encenam o trabalho de Shakespeare “Júlio César “.
Battisti será encarcerado no distrito especial reservado aos detidos por terrorismo. Segundo a imprensa italiana, durante os primeiros seis meses, permanecerá em total isolamento. O magistrados de Milão vão interrogá-lo em breve e poderão decidir a transferência dele para uma prisão especial reservado para os terroristas, como Rossano Calabro, na Calábria, ou em Sassari, na Sardenha, onde estão detidos Jihadistas.
A CHEGADA DE CESARE BATTISTI À ITÁLIA
Cerca de 200 jornalistas aguardavam a chegada de Battisti na pista do Aeroporto Ciampino nesta manhã fria e chuvosa em Roma. O italiano foi escoltado até o veiculo da polícia penitenciária.
Em seguida o ministro do interior Matteo Salvini, que, embora estivesse presente, não encontrou pessoalmente Battisti, declarou à imprensa que estava satisfeito pela captura. Ele agradeceu o presidente Jair Bolsonaro, autoridades bolivianas e todos aqueles que com um trabalho de equipe permitiram a captura de Battisti.
Battisti foi capturado no sábado nas ruas de Santa Cruz de La Sierra , na Bolívia, por agentes bolivianos em parceria com italianos. Segundo um vídeo feito no momento da prisão, ele usava barba, óculos de sol, jeans e camiseta azul. Esse foi um dos disfarces que a Polícia Federal divulgou que poderiam ser usados pelo italiano . Ao ser preso, Battisti não mostrou resistência, não apresentou documentos e respondeu a algumas perguntas em português. A prisão do italiano gerou grande repercussão internacional .
O presidente Jair Bolsonaro elogiou no domingo a operação e conversou por telefone com o primeiro-ministro italiano, que agradeceu a colaboração do governo brasileiro. Em pedido de asilo ao governo boliviano, Battisti atribuiu a fuga do Brasil à eleição de Bolsonaro .