A bancada evangélica, representante de segmento que teve forte influência na eleição de Jair Bolsonaro, ensaia um protesto público contra atos do presidente. Integrantes do grupo afirmam que o inquilino do Planalto vem se distanciando dos compromissos que firmou e de “valores que o elegeram”. O pano de fundo é a demissão de quadros ligados à frente religiosa sem prévia comunicação. Haverá reunião nesta quarta (13). Um boicote à tramitação da nova Previdência está na pauta.
Nós x eles A bancada evangélica atribui o afastamento de Bolsonaro aos militares. O grupo se irmana às críticas do escritor Olavo de Carvalho contra integrantes das Forças e diz que os fardados isolam o presidente de sua base social.
Azia Uma ala da frente diz ainda que há intolerância religiosa entre os militares, mas a queixa não é endossada por todos. A reivindicação comum é por diálogo. A queda de Pablo Antônio Tatim de uma secretaria da Casa Civil, por exemplo, foi mal digerida. Ele foi indicado pelo grupo.
Ouça-me “O governo continua errando quando toma decisões unilaterais sem consultar a bancada”, diz o deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ), um dos líderes da frente.
Não esqueci Os evangélicos também pretendem cobrar Bolsonaro de promessas como a mudança da Embaixada de Israel para Jerusalém –ideia criticada pelo vice, general Hamilton Mourão.
Eu ou eles A insatisfação dos religiosos vem à tona no momento em que o presidente já enfrenta outros rachas em sua base ideológica. O ministro Ricardo Vélez (Educação) foi ao Planalto nesta segunda (11) para conter a pressão que havia para reverter a exoneração de discípulos de Carvalho.
Eu ou eles 2 A certeza de que o ministro não teria força para barrar o reingresso de olavistas era tão grande entre os alunos do guru que dois deles seguiram articulando trocas na pasta, mesmo após o anúncio de sua saída, inclusive com o uso dos números funcionais.
Respiro Vélez conseguiu convencer Bolsonaro a manter seu plano, mas está fragilizado. A área técnica, que ganhou força após o expurgo dos olavistas, corre agora para fazer a máquina da pasta girar.
Ocupar… O secretário Nacional de Segurança Pública, general Guilherme Theophilo, apresentou ao governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), detalhes do plano de combate à criminalidade que o Planalto quer lançar em junho.
… e resistir O general relatou que o governo selecionou, com base nos índices de violência, cinco municípios de cada região para um piloto. Nesses locais, serão criadas forças-tarefas para atuar, principalmente, na redução de homicídios, feminicídios e roubos.
Pago para ver A animação do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), não contagiou os líderes das principais bancadas da Casa. Eles dizem que, embora a conversa de Maia com Bolsonaro no fim de semana tenha sido boa, vão esperar para ver se “palavras viram atos”.
Desafinados Jandira Feghali (PC do B-RJ), líder da minoria, chamou partidos que não apoiam o presidente para reunião na manhã de quarta (13). Tema: reforma da Previdência. Alessandro Molon (PSB-RJ), líder da oposição, fez o mesmo, só que o chamado é para esta terça (12), às 18h.
Eu não Aloizio Mercadante (PT) nega intenção de correr à Prefeitura de SP em 2020.
Visitas à Folha Sandrine Ferdane, presidente do Banco BNP Paribas Brasil, visitou a Folha nesta segunda (11), onde foi recebida em almoço. Estava acompanhada de Mauro Rached, diretor de Wealth Management, e Eliana Nigro, assessora de imprensa.
António Nunes, presidente da Comissão Executiva da Angola Cables, visitou a Folha nesta segunda. Estava acompanhado de Samuel Carvalho, líder de Marketing, e Lucila Lopes e Joseph Dana, assessores de imprensa.
Fonte: Folha de S.Paulo
Créditos: Folha de S.Paulo