Candidato à presidência da Câmara apoiado por Rodrigo Maia (DEM-RJ), o deputado Baleia Rossi (MDB-SP) defende que a reforma tributária deve ser aprovada no Congresso ainda no primeiro semestre deste ano.
O UOL enviou as mesmas perguntas aos dois principais candidatos a presidente da Câmara. Além de Baleia Rossi, o deputado Arthur Lira (PP-AL) também respondeu aos questionamentos.
Além de falar sobre a importância da reforma tributária, Baleia Rossi também comentou a relação entre o Congresso e o Palácio do Planalto, a relação com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e a possibilidade de abertura de impeachment.
O ministro Paulo Guedes e o presidente Bolsonaro têm tido frequentes atritos com o atual presidente da Câmara. De quem é a culpa?
Em vez de apontar quem é o culpado, devemos apresentar sugestões. Não vou ficar falando de passado, mas de futuro.
Passou da hora de a gente votar a Reforma Tributária para gerar emprego e renda. Temos de aprová-la no primeiro trimestre.
Todos os candidatos falam em independência em relação ao Planalto. Mas e quanto aos momentos de atrito, como pretende reagir, objetivamente?
Está nítido que nós seremos independentes de fato. O meu adversário já depende do governo para se eleger. Vamos agir de forma altiva, de dentro do que diz a Constituição. Ela contém todos os instrumentos necessários. Não vou agir sozinho, mas expressar o que a Câmara majoritariamente achar adequado.
O presidente comentou após a invasão ao Capitólio (em Washington, EUA) que, no Brasil, pode ser pior. Qual sua opinião sobre essa declaração?
Foi uma declaração infeliz. Não é o que a gente espera de um presidente diante do ataque à maior democracia do mundo.
Qual sua opinião sobre a adoção do voto impresso já em 2022, como insiste o presidente?
Não é correto lançar suspeições sobre nosso sistema eleitoral. Nesses termos, não há clima para essa discussão.
O presidente Bolsonaro não tinha uma base sólida no Congresso até se entender com o Centrão. Acredita que a relação do governo com o Centrão é saudável/boa para o país?
Mesmo sem base aliada, o Congresso ajudou o presidente a tocar a agenda econômica. E, durante a pandemia, também houve uma ação colaborativa. Qualquer relação precisa ser em torno de uma agenda.
O ingresso do Centrão no governo não resultou numa construção de agenda de país.
Da forma que se comportou em 2016, no processo de impeachment de Dilma Rousseff, o Centrão pode ser confiável na articulação política?
O governo precisa ter uma agenda para gerar uma adesão programática, isso é o que dará confiança. Até agora, isso não ocorreu, tornando a relação frágil.
Qual a chance de o Congresso analisar abertura de impeachment de Bolsonaro?
Isso não é bandeira de campanha. Mas é preciso deixar claro que a análise de impeachment é uma atribuição do presidente da Câmara. Meu compromisso é que todos pedidos sejam analisados de acordo com o que diz a Constituição.
Fonte: UOL
Créditos: Polêmica Paraíba