Precisando de 172 votos para parar o processo que ameaça seu mandado, o presidente Michel Temer conta com alguns nomes da bancada paraibana ao seu lado.
O presidente tem recebido deputados, aprovado pacote de bondades e usado nomeações no Diário Oficial para agradar.
A Câmara dos Deputados é que vai decidir se autoriza ou não a abertura de processo contra o presidente Temer no Supremo Tribunal Federal.
Com a denúncia da Procuradoria Geral da República na mão, o relator da Lava Jato no Supremo, ministro Luiz Edson Fachin, precisa primeiro decidir se pede uma manifestação da defesa ou se encaminha direto para a Câmara.
O deputados federais paraibanos já tem suas posições. A favor do julgamento, tem Luiz Couto (PT), oficialmente de oposição a Temer.
Damião Feliciano (PDT) e Welington Roberto (PR) tiveram aliados demitidos de cargos por retaliação ao não apoio às reformas propostas. Assim engrossam a frente que quer ver Temer afastado.
Pedro Cunha Lima (PSDB) não deve seguir o Clã Cunha Lima e também defende o presidente no banco dos réus.
Veneziano Vital do Rego (PMDB) mostrando todo seu distanciamento do partido, também irá pedir julgamento do correligionário presidencial.
Mas a base de aliados na Paraíba também tem nomes de peso.
Encabeçada por Aguinaldo Ribeiro (PP) a lista de contrários ao afastamento do presidente é maior.
André Amaral (PMDB) e Hugo Motta (PMDB) vão engrossar a frente de defesa dentro da sigla. Inclusive, o nome de André segue contado para assumir uma pasta ministerial.
Wilson Filho (PTB) mantém o apoio ao presidente e também é contrário ao afastamento.
Benjamim Maranhão (SD) e Rômulo Gouveia (PSD) finalizam a lista de sete paraibanos que defende o governo do peemedebista.
Efraim Filho (DEM) também segue apoiando o presidente.
Entenda as acusações
Temer e Loures são investigados por corrupção, obstrução de Justiça e organização criminosa. Loures é acusado de receber R$ 500 mil em propina da JBS em nome do presidente. O suposto suborno seria a primeira parcela de uma propina de R$ 480 milhões a ser paga ao longo de 20 anos, conforme o sucesso das transações da empresa. Para o procurador-geral, Loures era o “longa manus” do presidente, um faz-tudo.
As investigações sobre Temer e Loures começaram a partir da delação premiada do executivos da JBS, entre eles Joesley Batista. Na conversa gravada com Temer no porão do Palácio do Jaburu, Batista disse que, como o ex-ministro Geddel Vieira Lima investigado e fora de circulação, precisaria de um outro interlocutor que falasse em nome do presidente. O empresário fez a pergunta depois de discorrer sobre vários crimes e interesses da JBS em cargos e decisões estratégicas governo. Temer indicou Loures.
Ganhando tempo
A denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra Michel Temer forneceu o argumento perfeito para que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, colocasse de vez em banho-maria os pedidos de impeachment do presidente. Maia vinha sendo cobrado pela oposição para que tratasse dos pedidos e, agora, diz que “não tem sentido tratar disso ao mesmo tempo que já está sendo apresentada uma denúncia pela PGR”. Oficialmente, Maia diz que não está arquivando os pedidos. Na prática, ganha tempo para que eles percam força.
Fonte: Polêmica Paraíba