Luís Roberto Barroso, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), afirmou nesta segunda-feira (16), que o atraso na divulgação da eleição do último domingo foi provocado pela ausência de testes prévios no novo supercomputador adquirido para realizar a totalização dos votos no país pelo tribunal.
O computador foi adquirido em março pelo TSE, mas entregue apenas em agosto em razão da pandemia do novo coronavírus, o que impossibilitou a realização de todos os testes. Inicialmente, ontem, Barroso havia afirmado que o atraso na totalização de votos foi provocado por uma falha em um dos oito núcleos de processadores do computador.
“Tratava-se de um equipamento novo, que não pôde ser entregue na data desejada, em razão da pandemia e, porque entregue já em agosto, não foi possível utilizar o equipamento que efetivamente funcionaria para todos os testes de desempenho, de eventualidades e intercorrências”, explicou o ministro.
Hoje, o Barroso disse que de fato houve uma falha no processador, mas que isso não foi um fator relevante para o atraso na totalização. Barroso também disse em entrevista coletiva que não houve mudança de versão por parte do TSE, mas apenas uma nova compreensão sobre o que causou a falha no sistema.
Além da ausência de testes que simulassem o ambiente de apuração dos resultados eleitorais, Barroso afirmou que o sistema de informática também apresentou lentidão no início da operação, o que foi normalizado até que a inteligência artificial do sistema conseguisse realizar corretamente as operações necessárias ao processo de totalização dos dados.
“No dia da eleição, a inteligência artificial do equipamento demorou a realizar o aprendizado para processar dados no volume e velocidade com que chegava, daí sua lentidão e travamento que exigiu que a totalização fosse interrompida e reiniciada”, afirmou Barroso.
A utilização do computador pelo TSE é fruto de um contrato de R$ 26 milhões com a empresa de tecnologia Oracle, pela utilização do sistema por 48 meses.
Centralização no TSE
Esta foi a primeira eleição em que o TSE centralizou a totalização dos votos no sistema do próprio tribunal.
A totalização é a soma dos votos e compilação dos dados de todas as urnas. Em outras eleições esse processo era feito no TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de cada estado e do Distrito Federal, que enviavam os dados para serem consolidados nacionalmente pelo TSE.
A centralização no TSE foi uma recomendação da Polícia Federal feita após as eleições de 2018, com o objetivo de aumentar a segurança do processo. A ideia é reduzir os pontos de vulnerabilidade do sistema, ao concentrar a totalização em apenas um ponto.
A falha no sistema levou a um atraso de cerca de duas horas e meia na divulgação final dos resultados.
A apuração em todo o país só foi finalizada às 23h55, o que representa um atraso de pouco mais de duas horas e meia em relação à última eleição, em 2018.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba