Há muito tempo não se viam tantos rostos novos chegando à Câmara dos Deputados. Dos 513 candidatos eleitos na disputa de 2018, definida neste domingo (7), 243 exercerão seu primeiro mandato na Casa. O índice de renovação é de 47,37%, número bem superior ao das últimas cinco eleições, que tiveram percentual abaixo de 40%.
Dentre as caras novas, diversas ganharam notoriedade por ativismos políticos, de esquerda e de direita. Há também quem já possua trajetória na política municipal e estadual. Em comum, todos são debutantes da Câmara.
Veja pequenos perfis de 11 novos deputados que figuraram entre os 10 mais bem votados nos cinco estados com maior eleitorado do país — São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia e Rio Grande do Sul.
Joice Hasselmann (PSL) – Segunda candidata mais votada para a Câmara dos Deputados em São Paulo, com mais de 1 milhão de votos, a jornalista, de 40 anos, ganhou destaque no debate político por suas críticas ao PT e pela defesa do impeachment de Dilma Rousseff em programas de rádio e TV e em artigos de revistas. Hasselmann trabalhou em veículos de comunicação como BandNews, Jovem Pan, Veja e Record.
Kim Kataguiri (DEM) – Aos 22 anos e quarto deputado mais votado por São Paulo, é um dos fundadores do Movimento Brasil Livre (MBL), que se notabilizou após realizar diversos protestos a favor do impeachment de Dilma Rousseff. Filho de metalúrgico e dona de casa, nasceu na cidade de Salto, no interior paulista. Começou economia na UFABC (Universidade Federal do ABC), mas abandonou o curso.
Tabata Amaral (PDT) – Nascida na periferia de São Paulo, formou-se em ciência política e astrofísica na Universidade de Harvard, nos EUA. Quando cursava o ensino médio em São Paulo, ganhou medalhas em olimpíadas de matemática, química, astronomia e astrofísica. Aos 24 anos, é ativista pela educação, fundadora do Movimento Mapa Educação e membro do movimento RenovaBR. Foi a sexta mais votada na capital paulista, com 264,4 mil votos.
André Janones (Avante) – Terceiro candidato à Câmara mais votado por Minas Gerais, com 178,6 mil votos, o advogado, de 34 anos, ficou conhecido como voz ativa na greve dos caminhoneiros de 2018, sem, contudo, nunca ter dirigido um caminhão. Ele aparecia no meio da BR 365, entre Ituiutaba e Uberlândia, em vídeos que atingiam milhões de visualizações nas redes sociais.
Áurea Carolina (PSOL) – Com bandeiras como o combate ao racismo e em defesa dos direitos das mulheres, foi a quinta deputada mais bem votada, com 162,7 mil votos. Em 2016, elegeu-se também a vereadora mais bem votada de Belo Horizonte (MG). Agora, aos 34 anos, ficou na quinta colocação em seu estado, com 162,7 mil votos. É socióloga e cientista política pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).
Helio Negão (PSL) – Uma das novidades na Câmara, ele é afilhado de Bolsonaro, o candidato mais votado pelo Rio de Janeiro, com 345.234 votos. Subtenente do Exército, e com 49 anos, fez várias aparições ao lado de Bolsonaro no período de campanha, em fotos e vídeos, o que lhe rendeu popularidade. Ele já havia tentado sem sucesso vagas no Congresso e na Câmara de Nova Iguaçu.
Flordelis (PSD) – Outra cara nova na bancada do Rio na Câmara, ela é pastora evangélica e cantora gospel. Tem 55 filhos (quatro deles são biológicos) e um instituto que acolhe crianças e adolescentes de rua. Sua história virou filme: “Flordelis: Basta uma palavra para mudar (2009)”. Tem 57 anos.
Otto Alencar Filho (PSD) – Uma das novidades pela Bahia é o administrador soteropolitano, de 41 anos, herdeiro do senador e ex-governador do estado Otto Alencar. Ele foi o segundo deputado federal mais bem votado no estado, com 185.428 votos.
Dayane Pimentel (PSL) – Braço-direito de Jair Bolsonaro na Bahia, a professora de 32 anos é presidente do PSL no estado e do PSL Mulher Nacional. Nascida em Feira de Santana, ficou conhecida por vídeos em redes sociais apoiando Jair Bolsonaro e atacando o PT. Professora Dayane foi a quarta mais votada para a Câmara dos Deputados na Bahia.
Marcel Van Hattem (Novo) – Campeão de votos para a Câmara Federal no Rio Grande do Sul, aos 32 anos, é um político crítico da esquerda e que se define como liberal. Aos 18, foi eleito vereador de Dois Irmãos, no Vale do Sinos. Após ser eleito suplente para a Assembleia Legislativa do RS em 2016, assumiu uma vaga no legislativo estadual, onde defendeu o projeto de lei Escola Sem Partido.
Marlon Santos (PDT) – O médium de 43 anos possui trajetória na política, mas chega pela primeira vez ao Congresso Nacional. Ele já foi deputado estadual do Rio Grande do Sul e prefeito de Cachoeira do Sul, sua cidade natal. Ficou conhecido na cidade aos 22 anos porque dizia ter um poder mediúnico capaz de curar doentes. Colocou-se na sexta posição entre os mais votados para a Câmara dos Deputados no Rio Grande do Sul, com 116,4 mil votos.
Fonte: Bol
Créditos: Bol