‘Muitas pessoas quando perdem entes queridos, colocam nas redes sociais notas de pesar, notas de falecimento. Eu não, eu quero colocar uma declaração de amor, para dizer à Paraíba que ele não foi só meu, ele foi de vocês’. Foi com essas palavras que a desembargadora Fátima Bezerra anunciou, na noite do dia 08 de fevereiro, a morte do senador paraibano, José Maranhão, que aos 86 anos, não resistiu às complicações da Covid-19.
A Paraíba acompanhou a luta intensa do ex-governador contra a doença, que durou mais de dois meses na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), sendo a maior parte do tempo no Hospital Villa Nova Star, em São Paulo. Era uma demonstração da fragilidade humana diante de uma infecção que aos poucos tomava conta dos pulmões e cansava o indivíduo até a morte.
Sendo um dos políticos mais tradicionais da Paraíba, já tendo exercido os cargos de vice-governador, governador por três mandatos, deputado federal, deputado estadual, José Maranhão venceu inúmeros desafios em 60 anos de vida pública, mas sucumbiu a um vírus invisível, tendo sido infectado ainda no segundo turno das eleições, quando participava ativamente daquilo que mais tinha paixão: estar nas ruas, fazendo campanha política.
A política, aliás, foi um dos setores mais afetados pela pandemia, com adoção de reuniões remotas em câmaras municipais e na Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), que passou a maior parte do ano com o plenário fechado para evitar a propagação da doença entre deputados, servidores e no público que assiste às sessões presencialmente. A Casa Epitácio Pessoa retomou as votações híbridas somente em 5 de outubro, quando um dos 36 deputados não mais estaria lá.
O deputado estadual João Henrique (PSDB) morreu no dia 7 de janeiro, aos 78 anos, por Covid-19, um mês após internar-se no Villa Nova Star, em São Paulo. Antes disso, ele esteve internado em um hospital de João Pessoa no dia 21 de novembro de 2020. A Covid-19 revelou-se, assim, uma doença que não
A informação da morte de João Henrique foi confirmada pelo filho Michel Henrique. Segundo ele, a família estava toda em São Paulo acompanhando a internação do pai, com expectativas e em meio a orações. “Estivemos com ele até o último suspiro, ele como sempre, foi um guerreiro”, disse na época.
Mais perdas
Ao longo do ano, assim como ocorria com a população de forma geral, as mortes por Covid-19 na política se tornaram “corriqueiras” e dezenas de agentes públicos perderam a vida, a exemplo da prefeita de Coremas, Francisca das Chagas (PDT), conhecida como Chaguinha de Edilson. Ela morreu em 23 de março, aos 62 anos e estava internada desde o dia 9 de março, em um hospital particular, em João Pessoa.
No dia 31 de março, morreu o prefeito Jorge Luiz (PDT), de Pitimbu, após passar três dias internado com Covid-19 no Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena, em João Pessoa. De acordo com sua família, ele estava isolado em casa, desde que recebeu o diagnóstico da doença, mas procurou a unidade quando começou a sentir falta de ar. Jorge do Povão, como era conhecido o gestor, tinha 43 anos.
Já no dia 10 de abril, depois de 38 dias internado, o vereador Ubanaldo Melo da Silva de Catolé do Rocha, no Sertão da Paraíba, morreu em decorrência da Covid-19. O parlamentar tinha 48 anos, era casado e tinha três filhos. O parlamentar começou a sentir os sintomas da doença uma semana antes do carnaval, tendo sido internado em Catolé do Rocha e transferido para o Hospital Regional de Pombal,
Aos 46 anos, o prefeito do município de Riacho de Santo Antônio, Gilson Lima, morreu vítima de Covid-19, no dia 5 de junho. Ele estava internado no Hospital Pedro I, em Campina Grande, em tratamento contra a doença, mas não resistiu. O estado de saúde dele era considerado grave.
O coronavírus não respeitou nem mesmo os vacinados com duas doses, a exemplo do prefeito do município de Brejo dos Santos, Lauri Ferreira da Costa. Além de político, ele era médico, e estava internado em João Pessoa para tratamento contra a doença, não resistindo ao agravamento dos sintomas. Ele faleceu em 12 de junho deste ano.
Vacinas são esperança
“Vacina, vacina para o povo”, teria dito o senador José Maranhão à sua família, dias antes de falecer, em São Paulo. O ano termina com este desejo sendo cumprido, com o avanço da vacinação no Estado da Paraíba, com a aplicação de quase 6 milhões de doses.
Infelizmente, neste intervalo de tempo, mais de 9.500 pessoas morreram por Covid-19 no estado desde o início da pandemia, mas os números diários mostram uma tendência de queda em relação aos óbitos diários.
Mais de 3 milhões de pessoas foram vacinadas com a primeira dose e quase 2,5 milhões completaram os esquemas vacinais.
A expectativa é que a pandemia, aos poucos, diminua sua força, com a retomada da normalidade, tanto na vida dos cidadãos quanto na rotina político do estado.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba