Nada contra quem tem discurso ensaiado, mas Geraldo Alckmin exagera na dose.
Patinando nas pesquisas, com João Doria em seu cangote, o governador de São Paulo fez um comentário tão óbvio quanto falso a respeito do pedido de prisão de Eduardo Azeredo, do PSDB, ex-governador mineiro.
“Isso mostra que as instituições funcionam. A Justiça não é vermelha, azul, amarela ou verde“, falou depois de participar de evento com empresários do setor varejista.
Em abril, quando o personagem era Aécio Neves, Geraldo usou a mesma formulação.
“Não existe justiça verde, amarela, azul ou vermelha. Só existe Justiça. Decisão judicial se respeita e a lei é para todos, sem distinção”, afirmou.
O processo de Azeredo teve início no STF em 2009, com o acolhimento da denúncia.
Em 2014, ele renunciou ao cargo de deputado federal, numa estratégia para retardar a ação.
Foi inicialmente condenado em 2015, mas recorreu ao Tribunal de Justiça.
Em agosto passado, por 2 votos a 1, os desembargadores mantiveram a condenação em segunda instância.
E assim se passaram vinte anos.
Por que agora?
Porque é bom para a turma do Geraldo.
A prisão tardia de Azeredo é o oposto do que Alckmin, inimputável, apregoa: serve para justificar a perseguição a Lula e à democracia sob um manto colorido.
Fonte: DCM
Créditos: DCM