Artesãs transformam seus negócios e começam a produzir máscaras em meio ao isolamento social

O período de quarentena provocado pela pandemia causada pelo coronavírus tem exigido dos empreendedores novas estratégias para manter os negócios. E é neste cenário que três empreendedoras buscaram alternativas para driblar a crise. O momento fez com elas observassem a situação e entendessem a necessidade do mercado e com isso, deixaram seus produtos do dia a dia um pouco de lado e passaram a confeccionar máscaras de tecido. A iniciativa ganhou destaque na Frente Parlamentar de Empreendedorismo e Desenvolvimento Econômico da Assembleia Lagislativa da Paraíba (ALPB), presidida pelo deputado Eduardo Carneiro (PRTB).

Desempregada em 2014, a pedagoga Marilane Ramos dos Santos teve que se reinventar. Costureira de mão cheia passou a confeccionar roupas infantis para garantir a renda mensal. Com um negócio ainda em crescimento, em 2017 criou a “Lane Baby Acessórios” e apostou na divulgação nas redes sociais. Depois disso, este ano veio mais um desafio imposto pelo isolamento social por conta da pandemia causada pelo coronavírus.

Assim como em 2014, Marilane não se desesperou. Manteve a calma e observou o nicho de mercado que era a confecção de máscaras de tecido. Imediatamente, suspendeu a produção de roupas infantis e passou a se dedicar nas costuras de máscaras, primando por estampas divertidas para atrair os clientes. O resultado foi positivo e as vendas aumentaram surpreendentemente. “Estamos trabalhando e também fazendo a entrega para os nossos clientes. Tivemos que nos reinventar mais uma vez”, afirmou.

Para Larissa Arnaud, proprietária da ‘Larah Laços’, a ideia de confeccionar as máscaras de tecido partiu da cunhada que é enfermeira. Segundo Larissa, que até então trabalhava confeccionando laços e roupas infantis, a sua cunhada já trabalhava com costuras por meio da mãe e fazia máscaras para médicos e enfermeiros. “Um certo dia, a minha cunhada recebeu uma encomenda grande e me ligou propondo que também fizesse máscaras. Como já trabalhava com costuras, comecei a fazer e deu super certo”, contou Larissa.

Depois de observar que as vendas estavam dando certo, Larissa passou a investir na divulgação. “Eu já tinha uma lista de transmissão pelo Whatsapp e comecei a divulgar, assim como no Instagram profissional da ‘Larah Laços’ também. Isso tudo superou a minha expectativa, pois passei a vender mais do que estava vendendo com os laços. Tive que me readequar, principalmente com as entregas que antes era feita por mim e agora tive que contratar um motoboy. Hoje também conto com a ajuda da mãe para confeccionar as máscaras”, revelou Larissa que garantiu oportunidade de geração de renda para mais duas pessoas.

Já Rosário Fabião, proprietária da ‘Baú Kriativo’, é funcionária pública e trabalhava com artesanato confeccionando artigos em macramê, arranjos de flores, crochê, patchwork, pintura em tecido. Estimulada pela filha, viu na situação de isolamento e risco de contaminação pelo coronavírus a oportunidade de empreender na confecção de máscaras que a princípio eram feitas apenas para a família e amigos.

A partir do momento que decidiu empreender, Rosário se utilizou das redes sociais para garantir a divulgação do produto. Com isso, passou a ter uma maior visibilidade e os pedidos começaram a chegar, também reforçado pela propaganda boca a boca. O trabalho é bem estruturado e acompanha todo processo de higiene como determina os órgãos de saúde. Quanto as entregas, ela revelou que já tinha experiência com delivery por já ter uma floricultura e trabalhava o esse sistema.

“Está sendo uma experiência única para mim. Além de vender as máscaras também estamos empreendendo com o social. Faço muitas máscaras para serem doadas a pessoas que não tem condições de comprar para se proteger. O mais importante desse processo é garantir a vida e isso não tem preço”, destacou.