Após tensão entre a presidente Dilma Rousseff (PT) e o vice-presidente Michel Temer (PMDB), a presidente encontrou o vice na manhã desta segunda-feira (7) no camarote destinado às autoridades na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, onde ocorre o desfile comemorativo ao Dia da Independência.
Na semana passada, o vice-presidente Michel Temer (PMDB) disse que seria difícil a presidente continuar o mandato até o final com taxas de aprovação próximas a 7%.
Após a repercussão negativa da fala entre assessores próximos a Dilma,a assessoria de Temer divulgou nota neste domingo (6) para repudiar as análises das atitudes do político que poderiam “levar à ideia de conspiração”.
No camarote das autoridades, Dilma encontrou ainda Rodrigo Rollemberg (PSB), governador do Distrito Federal, e Jaques Wagner (PT), ministro da Defesa.
O desfile desta segunda-feira acontece em meio a um cenário de crise política e econômica. No campo político, Dilma enfrenta dificuldades em aprovar projetos de interesse do governo no Congresso Nacional. As revelações feitas pela operação Lava Jato, que investiga irregularidades em contratos da Petrobras, chegaram a dois de seus ministros: Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Edinho Silva (Comunicação Social). No final de semana, o ministro Teori Zavascki, do STF (Supremo Tribunal Federal), autorizou investigações contra a dupla.
A suspeita é de que eles tenham recebido dinheiro com origem ilícita para abastecer campanhas do PT, entre elas, a de reeleição da presidente Dilma.
Com índices de aprovação em torno de 7%, a presidente decidiu não fazer o tradicional pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão.
Nas últimas vezes em que a presidente fez pronunciamentos em rede nacional de rádio e TV, foram registrados “panelaços” em diversas cidades brasileiras.
No campo econômico, analistas preveem uma retração de 2,01% no PIB (Produto Interno Bruto) deste ano e há a possibilidade de o crescimento negativo se estender para 2016.
Alegando queda nas receitas, o governo enviou ao Congresso Nacional a proposta para o Orçamento de 2016 estimando um rombo nas finanças públicas de R$ 30 bilhões.
Grupos de manifestantes se reuniram próximo ao Museu da República, a pouco mais de um quilômetro do local onde a presidente Dilma e seus convidados assistiam ao desfile. Os manifestantes só terão acesso ao gramado da Esplanada após o fim do desfile oficial e forte esquema de segurança foi montado. Revistas serão feitas em vários pontos para impedir que faixa e cartazes cheguem ao palanque presidencial.
A expectativa do governo era de que entre 25 mil e 30 mil pessoas assistissem ao desfile. Foi montada um estrutura de arquibancada para 22 mil expectadores sentados. O evento custou R$ 830 mil para o governo federal, um valor 30% menor que o gasto em 2014, quando foram gastos R$ 1,1 milhão.
A segurança do local foi feita por homens do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, militares das Forças Armadas e da PM (Polícia Militar) do Distrito Federal. De acordo com o governo do DF, 1,5 mil PMs atuaram no local.