Já em relação a reunião entre os países, a conversa durou cerca de cinco horas. O assessor do presidente da Ucrânia, Mikhaylo Podolyak, disse para jornalistas que ambos os países retornam hoje para suas capitais para realizarem consultas para uma próxima rodada.
“As delegações ucranianas e russas realizaram a primeira rodada de negociações. Seu objetivo principal era discutir o cessar-fogo e o fim das ações de combate no território da Ucrânia”, disse Podolyak, segundo a CNN Internacional. “As partes discutiram a realização de mais uma rodada de negociações onde essas decisões podem se desenvolver”, afirmou.
Nenhum dos dois presidentes envolvidos na guerra participou do encontro. Antes da reunião, a Ucrânia informou que exigiria um cessar-fogo “imediato” e a retirada das tropas russas; a Rússia não quis revelar sua posição.
Hoje, a invasão russa à Ucrânia entrou no quinto dia. A capital, Kiev, e a segunda maior cidade ucraniana, Kharkiv, amanheceram com explosões, segundo relatório do serviço estatal de informação do país. As Forças Armadas ucranianas, porém, dizem que o Exército russo parece ter diminuído o ritmo da ofensiva.
Reunião
Do lado russo, a missão diplomática foi liderada pelo conselheiro do Kremlin, Vladimir Medinski. A Ucrânia enviou seu ministro da Defesa, Oleksii Reznikov, que chegou vestido com uniforme militar.
“Podem se sentir completamente seguros”, declarou o ministro bielorrusso das Relações Exteriores, Vladimir Makei, ao recebê-los.
A reunião aconteceu em uma das residências do presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko —aliado do presidente russo, Vladimir Putin—, na região de Gomel, perto da fronteira com a Ucrânia.
O principal negociador russo, Vladimir Medinski, afirmou que seu país “busca um acordo”.
Já o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, se mostrou cético, em pronunciamento, hoje. “Como sempre, realmente não acredito no resultado da reunião, mas deixe que tentem”, declarou.
No domingo, Putin ordenou que as forças de dissuasão nuclear fossem colocadas em alerta máximo. O governo dos Estados Unidos classificou a ordem de Putin como “totalmente inaceitável” e o secretário-geral da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), Jens Stoltenberg, chamou a atitude de Moscou de “irresponsável”.
Momento “crucial”
A Assembleia-Geral da ONU (Organização das Nações Unidas) também convocou uma reunião de emergência nesta segunda.
Para o presidente ucraniano, as próximas 24 horas serão “cruciais” para o país. Mais cedo, ele divulgou uma mensagem para os soldados russos, pedindo para que deixem a Ucrânia.
“Abandonem seu equipamento, saiam daqui. Não acreditem em seus comandantes, não acreditem em seus propagandistas. Apenas salvem suas vidas”, afirmou, em russo. Zelensky também quer que a UE (União Europeia) “admita urgentemente” a entrada da Ucrânia no bloco.
Segundo a ONU, ao menos 102 civis foram mortos no conflito, que também já deixou 422 mil refugiados.
Fonte: Uol
Créditos: Uol