PROCESSO

Após nova ausência, Conselho de Ética remarca depoimento de Delcídio

Após nova ausência, Conselho de Ética remarca depoimento de Delcídio

O Conselho de Ética do Senado decidiu nesta quinta-feira (7) remarcar o depoimento do senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS) para o dia 19 de abril. A decisão aconteceu após Delcídio faltar pela segunda vez à sessão do colegiado marcada para sua oitiva. O parlamentar alegou que, por ter sido submetido a procedimento cirúrgico, não tinha condições de comparecer ao colegiado.

 

Delcídio do Amaral responde a processo no Conselho de Ética por quebra de decoro parlamentar que pede a cassação do seu mandato. A representação contra o senador foi baseada em uma gravação que indica que Delcídio teria tentado obstruir as investigações da operação Lava Jato. Delcídio chegou a ficar 87 dias preso em Brasília. Em fevereiro, o STF determinou a soltura do parlamentar que deve, no entanto, cumprir recolhimento domiciliar noturno.

Ficou acordado, na reunião, que a data de de 19 de abril será a última que o Conselho de Ética disponibilizará para oitiva do senador Delcídio do Amaral antes do fechamento da fase de produção de provas.

Presente à reunião, um dos advogados de Delcídio não garantiu que o cliente se fará presente ao colegiado no dia 19 de abril, mas disse que a não é intenção do senador “procrastinar” (atrasar) as atividades do conselho.

De acordo com novo atestado apresentado ao Conselho de Ética, Delcídio se submeteu a uma cirurgia para retirada da vesícula e pólipos intestinais na última terça-feira (5). O atestado explica que, por conta da recuperação pós-cirúrgica, Delcídio precisa se ausentar por dez dias das atividades parlamentares.

O presidente do Conselho de Ética, João Alberto (PMDB-MA), informou ao colegiado que recebeu uma ligação do senador Delcídio no começo da manhã desta quinta. Segundo João Alberto, Delcídio disse que “tem interesse” em comparecer ao colegiado para esclarecer “todos os pontos” das acusações contra ele.

O presidente do conselho disse ainda que Delcídio afirmou que depende de uma consulta, a ser realizada na próxima semana, que vai determinar a data na qual o parlamentar poderá regressar ao Senado.

O relator do processo, Telmário Mota (PDT-RR), informou ao colegiado que no dia 19 de abril, como estava previsto para o depoimento desta quinta, Delcídio terá direito a prestar depoimento de quatro maneiras: presencialmente, por meio de videoconferência, para uma comissão de integrantes do conselho em um local a escolha de Delcídio, ou por carta ao colegiado.

Pedido da defesa
A defesa de Delcídio também solicitou que sejam enviados ao senador as cópias dos autos solicitadas, pelo conselho, ao Supremo Tribunal Federal. O presidente do colegiado informou que uma cópia da gravação da conversa entre Delcídio e Bernardo Cerveró e uma cópia do inquérito da delação premiada do senador será enviado para os advogados do ex-líder de governo ainda nesta semana.

Na gravação, Delcídio oferece, a Bernardo Cerveró, um plano de fuga para Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras. E também diz que conversaria com ministros do STF para que eles intercedessem em favor de Cerveró em decisões relacionadas à operação Lava Jato.

A defesa de Delcídio alega que o senador não realizava atividade parlamentar no momento da gravação e que a menção às conversas com os ministros foram “simples” bravatas.

Fonte: G1