FUTURO

Após impeachment avançar, Temer inicia a escolha de ministros e já discute medidas

Segundo assessores, a ideia é priorizar as áreas econômica e social com dois objetivos para mostrar logo a que veio: mudar as expectativas sobre o rumo do país e rebater as críticas de que pode desmontar os programas sociais deixados pelo PT.

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Aprovada a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, o vice Michel Temer (PMDB- SP), seu substituto, vai evitar declarações até que o Senado avalie a decisão da Câmara, mas usará este período de pelo menos duas semanas para montar sua equipe e definir as primeiras medidas de seu futuro governo.

Segundo assessores, a ideia é priorizar as áreas econômica e social com dois objetivos para mostrar logo a que veio: mudar as expectativas sobre o rumo do país e rebater as críticas de que pode desmontar os programas sociais deixados pelo PT.

Até que o Senado decida sobre o afastamento temporário de Dilma, no entanto, a ordem é não dar declarações específicas sobre o futuro governo em respeito ao Senado e também porque, neste interregno, a presidente do país continua sendo Dilma.

Não está descartado, porém, um pronunciamento do peemedebista no tom de busca da “pacificação nacional”, tentando indicar que fará um governo de união com todas as forças políticas. A partir desta segunda-feira (18), a equipe de Temer diz que ela passa ater uma “perspectiva concreta” de poder e, por isto, ficará mais à vontade para fazer “sondagens oficiais” de nomes que vão compor seu ministério.

Temer também vai deflagrar em conversas com aliados as negociações para montar sua futura base aliada no Congresso. Assessores dizem que não estão descartadas nem sequer conversas com alas do PT no sentido de tentar desmotivar reações radicais de entidades simpáticas ao petismo, como o MST.

A equipe de Temer também vai procurar estabelecer negociações com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB- AL ), para aparar arestas entre os dois e buscar que ele acelere o processo de votação na Casa da autorização dada pela Câmara para abertura do processo de impeachment contra a presidente.

Nesta primeira fase, a avaliação tanto do governo como da oposição é que o Senado irá acatar a decisão da Câmara. Seguidos todos os prazos normais, o plenário do Senado pode votar até o final da primeira quinzena de maio a admissibilidade do processo. A equipe de Temer, porém, acredita que é possível acelerar prazos, dentro do regimento, e permitir que esta etapa seja cumprida até o final de abril. Só após esta votação do Senado é que Dilma é afastada por 180 dias e Temer assume em seu lugar.

Uma das prioridades é definir quem irá comandar o Ministério da Fazenda, posto para o qual estão cotados Henrique Meirelles e Armínio Fraga, para que o chefe da futura equipe econômica já possa elaborar as medidas nas próximas semanas e tenha condições de anunciá-las logo depois da posse.

Temer deve reduzir também o número atual de 31 ministérios para algo abaixo de 20, buscar fazer cortes em algumas áreas para preservar e até melhorar alguns programas sociais, numa estratégia para rebater e se contrapor às críticas que já espera receber do PT.

Um auxiliar disse à Folha que Temer tem “plena consciência” de que não pode frustrar as expectativas de que conseguirá melhorar a economia do país ainda neste ano, numa estratégia par a isolar os grupos petistas que prometem infernizar sua vida no Palácio do Planalto.

Fonte: folha
Créditos: VALDO CRUZ E DANIELA LIMA