Após afirmar que vai garantir a prorrogação da CPI da Pandemia e dizer que a Constituição não lhe dá outra opção, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), declarou na manhã desta quinta-feira (1º) que a Comissão deve ser suspensa durante o recesso do Congresso Federal, de 18 a 31 de julho. Em entrevista à rádio CBN, Pacheco disse que, durante o período de paralisação, o prazo imposto para os trabalhos da CPI não será aplicado.
Pacheco rebateu a fala de Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI, alegando que ele estaria tentando obstruir os trabalhos da Comissão: “[Renan Calheiros] sabe a realidade do Parlamento. Não fui eu que inventei o recesso parlamentar. O recesso parlamentar está previsto na Constituição Federal como uma imposição”, disse. “Para que ele não aconteça, é preciso que haja consonância da Câmara com o Senado em algo excepcional”, completou Pacheco.
O recesso só não seria realizado se a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) não fosse aprovada. Pacheco disse considerar a votação da LDO importante para o Brasil e, por isso, não gostaria que ela fosse atrasada para que os trabalhos da CPI fossem mantidos. Segundo ele, é preciso “seguir a normalidade” do Congresso, mas garantir que “não há qualquer intenção de atrapalhar os trabalhos das CPI’s”. Pacheco declarou que tem dado “toda a colaboração” à CPI e que não tem interferido nos trabalhos.
“Uma paralisação no decorrer do recesso existe desde que o Parlamento existe. Isso se aplica à CPI mas também ao funcionamento do plenário e das comissões. Há temas igualmente importantes analisados no Congresso Federal e que sempre paralisaram no recesso”, avaliou Pacheco. Sobre as suspeitas levantadas pela Comissão, como corrupção na compra de vacinas, Pacheco declarou que são “preocupantes” e “evidentemente muito graves”.
“É evidente que esses fatos precisam ser apurados. Em um momento como esse e em um tema como esse, de saúde, devem ser apurados até as últimas consequências, apontando responsabilidades (…) e impondo condenações àqueles que sejam culpados”, afirmou o presidente da Casa.
Segundo ele, o Governo “passa por um momento de dificuldade” não apenas por conta das investigações da CPI, mas também pelo enfrentamento à pandemia e pela crise econômica decorrente da Covid-19. “Tivemos um número de mortos muito acentuado, tivemos erros sucessivos em relação ao combate à pandemia, como o próprio cronograma de vacinação”, declarou.
Fonte: Poder360
Créditos: Polêmica Paraíba