O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), prestou depoimento na Polícia Federal (PF), em Brasília (DF), nesta sexta-feira (25). Desta vez, o testemunho foi no âmbito do inquérito que apura as ações do hacker Walter Delgatti Neto contra o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Cid saiu da sede da PF sem falar com os jornalistas, papel que coube ao seu advogado, César Bitencourt, que garantiu: não houve qualquer tipo de delação. “Não, ele não delatou”. assegurou.
Bitencourt ainda ressaltou que o depoimento durou quase duas horas. Porém, a audiência de Cid na PF se estendeu por mais tempo porque, segundo o advogado, o sistema teria caído e estavam tentando ter acesso aos autos. Questionado sobre o que seu cliente conversou com a PF, disse que “falaram sobre os fatos”.
Segundo a PF, o depoimento com Mauro Cid foi remarcado para a próxima segunda-feira, (28), em função dos problema com o sistema da Polícia Judiciária.
“Assim que soube que o depoimento estava relacionado ao hacker, solicitou primeiramente ter acesso aos autos para prestar declarações. O sistema de Polícia Judiciária ficou fora do ar, fato que impediu formalizar o termo de declarações. O depoimento foi remarcado para as 10hs de segunda-feira”, disse a PF em nota.
Neste depoimento, a PF apurou se Mauro Cid participou ou tem informações do encontro e tratativas que o ex-presidente Jair Bolsonaro teve com a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). Nestas conversas, os dois teriam discutido um plano para invadir o sistema do CNJ e também para contestar a efetividade do sistema eleitoral.
O ex-ajudante de ordens está preso, suspeito de envolvimento em um esquema de fraude nos cartões de vacinação de familiares e do ex-presidente.
Conhecido como “hacker da Vaza Jato”, Walter Delgatti está preso desde o dia 2 de agosto por ter invadido os sistemas do CNJ.
Cid também é investigado pela PF no caso das joias recebidas por Bolsonaro e, supostamente, vendidas de forma ilegal para enriquecimento do próprio ex-presidente.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Metrópoles