Banimento gradual ate 2023

Anvisa decide banir gordura trans de alimentos industrializados

Banimento ocorrerá de forma gradual até 2023. Agência destaca que item que dá sabor marcante e crocância aos alimentos é nocivo à saúde.

Alimentos ricos em gordura trans que integram o cardápio dos brasileiros estão com os dias contados. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) decidiu banir o item dos produtos industrializados no Brasil de forma gradual até 2023. A proposta foi aprovada por unanimidade nesta terça-feira (17) e tem objetivo de proteger a saúde da população.

A gordura trans é usada na indústria para dar sabor marcante, crocância e aumentar o prazo de validade dos alimentos. É usada principalmente em margarinas, biscoitos, bolos, massas instantâneas, chocolates, pipoca de micro-ondas, entre outros. Formada por um processo químico no qual óleos vegetais são transformados em ácidos graxos trans, ela também é conhecida como gordura vegetal hidrogenada.

De acordo com a Anvisa, existem tecnologias que permitem à industria a substituição do item. Também é possível encontra-lo em forma natural em derivados de animais ruminantes, como carnes, banha, queijos, manteiga e iogurtes. Nesses alimentos, no entanto, sua concentração é considerada pequena, portanto, são seguros para consumo.

A redução do uso do produto ocorrerá em três fases, segundo determinação da Anvisa:

1. Limite de 2% de sua presença na produção de óleos refinados. O prazo de adequação é de 18 meses;

2. Limite de 2% de sua presença nos produtos em geral, industrializados e comercializados no varejo e no atacado. A restrição passa a vigorar entre  1º de julho de 2021 e 1º de janeiro de 2023;

3. Banimento do ingrediente gordura parcialmente hidrogenada, a principal fonte de gorduras trans industriais nos alimentos, a partir de 1º de janeiro de 2023.

Tendência mundial

A Anvisa destaca que 49 países adotam medidas regulatórias para restringir os ácidos graxos trans nos alimentos. Entre eles estão Estados Unidos, Canadá, Chile, Argentina, África do Sul, Irã e nações da União Europeia.

A proposta brasileira, segundo a agência, está alinhada com as determinações da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e com o pacote de medidas REPLACE, da OMS.

“Ambos preveem a promoção de ações regulatórias para eliminar o uso de gorduras trans industriais em alimentos, que está associado a cerca de 160 mil mortes nas Américas, a cada ano.

Em todo o mundo, são aproximadamente 500 mil óbitos por ano, segundo a OMS. No Brasil, estima-se que, em 2010, o consumo excessivo de AGTIs foi responsável por 18.576 mortes por doenças coronarianas, 11,5% do total de óbitos por essa causa no país”, ressalta.

Fonte: Huffpost Brasil
Créditos: Huffpost Brasil