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Anísio Maia diz que Lula é perseguido em um “jogo de cartas marcadas”

“Não é uma questão de gostar de Lula ou de Moro, mas, é a democracia que está em jogo. Se fazem estas arbitrariedades contra um ex-presidente, imaginem o que poderá acontecer com qualquer pessoa anônima neste país?” questionou.

De volta a João Pessoa nesta quinta-feira, 11, o deputado estadual Anísio Maia (PT) avaliou os efeitos políticos do depoimento do presidente Lula ao juiz Sério Moro, no âmbito da operação Lava Jato. “O dia de ontem entrou para a história como um dos momentos mais marcantes da defesa da democracia em nosso país,” destacou.

“Nem mesmo a chuva e o frio foram suficientes para dispersar uma multidão que se formou em Curitiba em solidariedade ao presidente Lula, o político mais perseguido de toda a história. Quem, depois de anos de forte ataque jurídico e midiático, teria tanto apoio popular? O povo já percebeu que a Lava Jato e o governo Temer são dois lados da mesma moeda e contra a nossa democracia”, acrescentou o petista.

Para Anísio Maia, não há nenhuma surpresa no comportamento da mídia que oscilou entre tentar ignorar ou desqualificar a grande manifestação popular, que recebeu atenção de todo o mundo: “A mídia não é apenas sócia deste golpe. Mas, hoje é a única sustentação do governo de Michel Temer e da operação Lava Jato. Como era de se esperar, 20 pessoas defendendo a Lava Jato tiveram cobertura, mas um comício gigantesco com mais de 50 mil pessoas, de todas as idades e classes sociais, que esperavam o presidente Lula em praça pública, foi solenemente omitido”.

Sobre o processo, Anísio Maia disse que “ficou evidente que o presidente Lula não está submetido a um processo penal justo. Tudo o que há contra Lula são as convicções de um PowerPoint. O juiz Moro nem deveria ter aceito estas denuncias, mas, ao contrário, fez perguntas que nem estavam no processo. Além disto, a defesa recebeu mais de 100.000 páginas da acusação nas vésperas do depoimento. E tudo isto, vazado com exclusividade para a rede Globo. É um jogo de cartas marcadas”.

“Não é uma questão de gostar de Lula ou de Moro, mas, é a democracia que está em jogo. Se fazem estas arbitrariedades contra um ex-presidente, imaginem o que poderá acontecer com qualquer pessoa anônima neste país?” questionou.

De acordo com o parlamentar, há semelhanças entre a atual conjuntura do país com o período ditatorial: “No tempo em que eu lutava contra a ditadura, diziam que eu era radical e que não havia ditadura no Brasil, que tudo era dentro da lei. Diziam que eu estava perdendo meu tempo e fazendo bobagens. Depois, fui anistiado e reconhecido pela Comissão de Anistia e pelo Ministério da Justiça pro serviços prestados ao país. Mais uma vez estive em Curitiba defendendo a democracia. Sei que serei criticado por isso, mas, em um futuro breve saberemos quem tinha razão”, concluiu.

Fonte: A Redação