Os grampos realizados pelo delator Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, criaram um ambiente de instabilidade política no Senado, que já preocupa aliados do presidente interino Michel Temer; além de derrubar o senador Romero Jucá (PMDB-RR), que confessou que o impeachment foi uma trama para barrar a Lava Jato contra políticos graúdos, os áudios atingiram políticos como José Sarney, Renan Calheiros (PMDB-AL), Aécio Neves (PSDB-MG) e Pauderney Avelino (DEM-AM), além do próprio Temer, uma vez que Machado disse ter contribuído, a pedido do interino, para Gabriel Chalita em 2012; no Senado, diversos parlamentares cogitam mudar o voto diante das evidências de que houve um acordão para afastar Dilma
247 – As gravações que expuseram aliados do presidente interino, Michel Temer, incluindo dois senadores do PMDB, aprofundaram um ambiente de incerteza e preocupação no governo provisório diante de uma margem apertada pró-impeachment de Dilma Rousseff no Senado. Pelo menos, 14 senadores que votaram a favor do afastamento da presidente ainda não tem posição fechada sobre o julgamento final, o que inviabiliza a continuidade de Temer.
A reação dos senadores do grupo que ainda não declarou voto no mérito do impeachment tem sinalizado alerta para Temer. O resultado final do impeachment tende a ser influenciado pelo sucesso ou não do governo interino e dos rumos da Lava Jato sobre o PMDB.
“Achei o começo do Temer muito ruim e a votação, assim como ocorreu com Dilma, também vai levar em conta o conjunto da obra do governo. Não contem que essa votação já está certa”, disse Cristovam Buarque (PPS-DF), um dos 14 senadores que votaram a favor do afastamento de Dilma, mas não anunciaram posição sobre a condenação.
Para o senador, é preciso que se investigue a fundo as suspeitas contidas nas conversas gravadas por Sérgio Machado com Renan Calheiros (PMDB-AL), Romero Jucá (PMDB-RR)e José Sarney.
A conta hoje no Senado indica que a votação final do impeachment deve ser apertada. A tendência é que os 22 senadores que votaram com Dilma no dia 12 de maio, quando ela foi afastada, não mudem de posição porque integram a base fiel à petista.
Ao todo, 55 votaram pela abertura do processo, um voto a mais que o mínimo necessário para que seja condenada e deixe o cargo em definitivo.
Três senadores não estiveram na sessão que afastou Dilma temporariamente. Deles, Pedro Chaves (PSC-MS), empossado no lugar do cassado Delcídio do Amaral ex-PT-MS), tende a se somar à bancada pró-impeachment.
Jader Barbalho (PMDB-PA), em tratamento médico, é ligado às gestões petistas, mas seu filho é ministro da Integração Nacional de Temer. O senador não declara posição.
Eduardo Braga (PMDB-AM) se opõe à saída de Dilma, mas sua presença é dúvida, pois está de licença médica. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), não deve votar.
Nesse cenário de possíveis 56 votos favoráveis à cassação, bastaria que três senadores votassem contra para que o patamar mínimo de 54 não seja alcançado. Se isso ocorrer, Dilma volta ao Planalto.
Em meio a isso, petistas tentam articular a formação de um grupo suprapartidário de cerca de 30 congressistas que poderiam votar contra o impeachment mediante um acordo com Dilma para que, uma vez de volta, ela viabilizasse um caminho para convocar novas eleições.
Os 14 senadores que votaram para afastar Dilma, mas não se posicionam sobre o julgamento final são:
Antonio Carlos Valadares (PSB-SE)
Acir Gurgacz (PDT-RO)
Benedito de Lira (PP-AL)
Cristovam Buarque (PPS-DF)
Edison Lobão (PMDB-MA)
Fernando Collor (PTC-AL)
Hélio José (PMDB-DF)
José Antonio Reguffe (s/ part.DF)
José Maranhão (PMDB-PB)
Marcelo Crivella (PRB-RJ)
Omar Aziz (PSD-AM)
Raimundo Lira (PMDB-PB)
Roberto Rocha (PSB-MA)
Wellington Fagundes (PR-MT)
Fonte: br247
Créditos: br247