Uma possível aliança entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), pode ser um “elemento dificultador” para o apoio do PSOL à chapa em 2022, afirma o presidente nacional da sigla, Juliano Medeiros.
Em entrevista ao UOL, Medeiros explicou que o PSOL ainda debate e negocia as alianças para as próximas eleições, no entanto, evidenciou o descontentamento do partido com a possibilidade da chapa Lula-Alckmin.
“Há um princípio de que errar uma vez é humano, mas errar duas já começa a ser burrice”, disse o presidente do PSOL. “O PT colocou como vice da Dilma, Michel Temer, sujeito que conspirou contra a presidente da República para viabilizar o impeachment em 2016. Não vejo em que o Geraldo Alckmin possa agregar [à campanha de Lula]”.
Na avaliação do líder do partido, Alckmin não conseguiria fazer com que seus eleitores conservadores votassem em Lula. Além disso, o apoio do ex-governador paulista a pautas contrárias da esquerda também podem provocar um racha nos apoios ao PT em 2022.
“Não vejo o que Alckmin agrega em termos de força para essa aliança de mudanças. Alckmin defende as medidas que foram implementadas nos últimos anos: reforma trabalhista, lei das terceirizações, reforma da previdência, privatizações. Um conjunto de políticas que criou a crise econômica e aprofundou a recessão no Brasil nos últimos anos”, disse Medeiros.
“Alckmin é político de centro-direita e a centro-direita é corresponsável pela crise que estamos vivendo. Para nós do PSOL não faz muito sentido pensar numa aliança das esquerdas com políticos como Alckmin ou com partidos que representem as posições dele”, completou.
Juliano Medeiros também afirmou que a aliança Lula-Alckmin causa desconforto entre os próprios petistas, o que também deixa em alerta sobre o PSOL apoiar essa chapa.
“Não há dúvida de que seria um elemento dificultador [apoiar Lula com Alckmin de vice]. E não há dúvida que provoca grande desconforto não só no PSOL, como também em parte da militância do próprio PT”.
“Temos acompanhado a repercussão nas redes sociais, intelectuais e militantes que veem no Lula a possibilidade de superar essa tragédia que é o governo Bolsonaro, mas não querem ver repetido o filme de 2016, quando o vice conspirou para derrubar a presidenta democraticamente eleita”, apontou o presidente da sigla.
Fonte: UOL
Créditos: Polêmica Paraíba