“A política é quase tão excitante como a guerra e não menos perigosa. Na guerra a pessoa só pode ser morta uma vez, mas na política diversas vezes”, disse Winston Churchill, primeiro-ministro histórico do Reino Unido. E assim como se pode morrer várias vezes, também é possível ressuscitar mais de uma vez. Na política paraibana, alguns nomes que já foram protagonistas da cena, hoje foram colocados no ostracismo pela população. Outros decidiram dar um tempo das funções eletivas.
Na lógica da ressurreição política, dois nomes devem buscar espaço no cenário em 2022: Cássio Cunha Lima (PSDB) e Domiciano Cabral (PP). Cássio vai completar 4 anos sem cargo público, após ser derrotado nas eleições para senador em 2018. Já Domiciano está a mais tempo fora do jogo. Ex-PSDB, passou pelo DEM e está hoje no PP. Há também dois que vão correr o risco que alertava Churchill e começar no jogo: Bruno Roberto (PL) e Murilo Galdino (Avante). Outro que pode voltar a concorrer é Ricardo Marcelo, hoje sem partido, após abandonar a vida pública em 2018.
Bruno Roberto
Filho do deputado federal Wellington Roberto, Bruno já se lançou oficialmente a disputa por uma vaga no Senado em 2022. Ele aposta no crachá do pai, que tem boas relações com prefeitos do interior e já reúne apoios na região. São quase 10 cidades: Alcantil, Serra Grande, Uiraúna, Riacho de Santo Antônio, Belém do Brejo do Cruz, Pilõezinhos, Aparecida e Serra Redonda.
Bruno é empresário e foi candidato a vice-governador em 2018, na chapa com José Maranhão, ficando em terceiro lugar. Ele é irmão do deputado estadual Caio Roberto e vai apostar no municipalismo, como defendeu Wellington Roberto em entrevista recente.
Cássio Cunha Lima
O ex-governador tucano não foi à Brasília em 2018, ficando apenas em quarto lugar. Ex-deputado federal e senador, ele tenta voltar a capital. É a volta dos que não foram. Cássio é provavelmente o principal exemplo de tentativa de ressurreição na política. Não foi perdoado em 2018 pelo desgaste no processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff e, mesmo com todas as pesquisas apontando ele na frente, não conseguiu bater Veneziano, Daniela e Luiz Couto.
Agora ele vai tentar realizar o sonho do pai, Ronaldo Cunha Lima, que queria ver o neto mantendo a linhagem da família na Redenção. Ele deve trabalhar por Pedro no Governo para ficar com a vaga do filho na Câmara. Cássio hoje sabe que é difícil bater Efraim ou Aguinaldo Ribeiro na disputa para o Senado e ele quer voltar à Brasília.
Domiciano Cabral
Domiciano foi vereador, deputado estadual e deputado federal pela Paraíba. Representou o estado por dois mandatos em Brasília. Hoje no PP, já desistiu de disputar eleições algumas vezes, a exemplo de 2006 e 2018. Nas últimas eleições, decidiu não tentar a reeleição para apoiar o filho, Arnon Domiciano, que recebeu apenas 6.038 votos.
Em 2018, Domiciano cogitou tentar a vaga de deputado federal mais uma vez, pelo PP. Chegou a confirmar a candidatura em entrevistas, buscando uma segunda vaga pelo partido. Ele analisava que a primeira já era do atual deputado Aguinaldo Ribeiro, e acreditava que era possível uma segunda representação, mas acabou desistindo. Agora, Domiciano Cabral deve estar de volta à disputa.
Murilo Galdino
Secretário de articulação política do Governo do Estado, Murilo Galdino é também irmão do presidente da Assembleia Legislativa, Adriano Galdino. Com a provável candidatura de Adriano a vice-governador, Murilo vai tentar manter a família na ALPB, mesmo ainda sendo possível que ele tente uma vaga na Câmara. Considerado como bom de conversa e um conciliador, Murilo vai estrear na vida pública concorrendo a cargos eletivos.
Ele representa também uma tentativa de crescimento do Avante no estado. Comandado por Felipe Leitão, o partido tem conseguido representações em duas Casas importantes: a ALPB e a Câmara Municipal de João Pessoa. Agora, vai buscar manter uma vaga com Murilo e talvez conseguir a primeira no Congresso. Murilo é uma aposta para atrair outros nomes ao partido.
Ricardo Marcelo
Ex-presidente da ALPB, Ricardo Marcelo decidiu não concorrer mais a cargos eletivos em 2018. No entanto, não descartou voltar a disputar cargos eletivos, em entrevista ao Polêmica Paraíba: “Estou vendo, observando o quadro, vendo como as coisas devem funcionar. Porque fazer política por fazer, eu não faço. Se for para fazer política para depender de salário, de outras questões, eu não faço”, declarou.
Ele afirmou que as conversas com o senador Veneziano Vital têm acontecido e que seu destino deve ser mesmo o MDB: “Nós tivemos um contato inicial e ele me fez o convite para que eu retornasse ao MDB, pois hoje eu estou sem partido. Vamos conversar mais, porque eu acho que política a gente tem que começar a agregar, não para o partido, mas para o estado inteiro através do partido, para ter identidade com o povo paraibano. Tem que diferenciar o que é público e privado. É isso que nós estamos conversando e eu acredito que, se Deus quiser, vai avançar”, relatou Ricardo.
Fonte: Samuel de Brito
Créditos: Samuel de Brito/Polêmica Paraíba