Política

Aguinaldo Ribeiro sugere que governo Dilma convoque Conselho da República

Órgão é convocado em momentos de crise institucional

Aguinaldo Ribeiro sugere que governo Dilma convoque Conselho da República

aguinaldocamaraO líder do PP, Aguinaldo Ribeiro (PB) sugeriu, em reunião do ministro Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo) e líderes da base aliada, que o governo convoque o Conselho da República para tratar da crise enfrentada pelo país. Berzoini ouviu a sugestão e ficou de levar para a presidente Dilma Rousseff, que não participou dessa reunião. Diante da fala de Aguinaldo, segundo os líderes aliados, Berzoini disse achar um erro que as manifestações contrárias e a favor ocorram no próximo dia 13. Segundo o ministro, o PT não está convocando militantes para manifestação a favor do governo e ele próprio está ligando para petistas nos estados e sugerindo que façam manifestação em outro dia.

 

— O ministro disse que está ligando para os estados, que não acha certo e que o governo não quer passar a ideia de que está dividindo o país. O Aguinaldo sugeriu a convocação do Conselho, que o Rosso já tinha aconselhado em outro encontro com a presidente Dilma, e nenhum dos líderes foi contrário. A avaliação é de que pode ser positivo — disse o deputado Domingos Neto (PROS-CE).

O Conselho de República é órgão de consulta da Presidência da República, presidido por ela e do qual também fazem parte o vice-presidente Michel Temer, os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) o ministro da Justiça, parlamentares e pessoas da sociedade civil, entre outros. O órgão é convocado em momentos de crise institucional e tem entre suas atribuições se pronunciar sobre intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio, além de questões relevantes para a estabilidade das instituições democráticas.

Ao sugerir a convocação do Conselho da República, Aguinaldo Ribeiro argumentou que não se pode ignorar que o Brasil enfrenta uma crise política grande e que é preciso chamar o conselho para ouvir as opiniões, dialogar sobre as soluções e para o bem da segurança institucional. Além das manifestações, os líderes também falaram sobre o processo de impeachment na Câmara.

A maioria dos líderes se posicionou a favor de enfrentar o quanto antes o processo de impeachment de Dilma na Casa. Berzoini, segundo os líderes, deixou claro que o governo não teme enfrentar o processo contra a presidente.

— O governo sempre disse que não queria retardar o impeachment e os líderes da base não veem a necessidade dos embargos, entendem que o entendimento do Supremo está correto. No momento em que decidirem pela instalação, defendemos que seja enfrentado — disse o líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ), acrescentando:

— Quem queria retardar e agora quer acelerar o processo de impeachment é oposição, que está sempre mudando de estratégia.

Em agosto de 2005, em meio às denúncias sobre o escândalo do mensalão e com o pedido de impeachment do então presidente Lula ganhando força, o então presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Roberto Busato, também pediu formalmente ao ex-presidente a convocação do Conselho da República. O então presidente do PT, Tarso Genro, também apelou a Lula para a convocação do órgão.

Fonte: O Globo