De Marisa Gibson,hoje na sua coluna do DIARIO
Decididamente, a estrela do senador Aécio Neves (PSDB) deixou de brilhar. Candidato derrotado a presidente da República, e que despontou como a grande liderança de oposição ao governo com o respaldo de mais de 52 milhões de votos, Aécio está sucumbindo junto com a desistência oficial do PSDB de requerer o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Seja qual for a justificativa, é inadmissível que um partido incentive a população a ir às ruas protestar com o aceno de um impeachment e depois jogue a toalha no chão com a maior naturalidade. E, se houve uma tentativa por parte da oposição de um segundo turno com o “fora Dilma”, como acusavam as lideranças petistas, o PT pode se regozijar: os derrotados nesse “segundo turno” são o PSDB e Aécio.
De salvador da pátria, o PSDB e a cúpula tucana passaram a ser considerados “traidores” e “covardes” pelos grupos pró-impeachment, como o Movimento Brasil Livre e Revoltados Online, que coordenaram os protestos de março e de abril. Já na manifestação de março, quando a popularidade da presidente Dilma despencava, Aécio não demonstrou qualquer ousadia para comandar as massas.
Até mesmo dentro do partido, o senador definhou cedo e pode ficar sem direito a réplica na disputa presidencial de 2018: os tucanos paulistas não consideraram seus 52 milhões de votos em todo o país – preferiram computar a derrota em Minas, seu estado natal – e passaram a embalar uma eventual candidatura de Geraldo Alkcmin, governador de São Paulo, presidente da República. Como se não bastasse, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), roubou de Aécio o papel de líder da oposição.