Do blog do Keneddy
Os tucanos se curvaram ao realismo jurídico e desistiram de pedir o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Consultado pelo PSDB, o advogado Miguel Reale Jr. afirmou que seria uma iniciativa fadada ao fracasso rapidamente. A proposta seria rejeitada quando fosse apresentada ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Do ponto de vista político, o presidente do PSDB, o senador Aécio Neves (MG), agiu corretamente. Teve responsabilidade institucional ao não assumir um pedido de impeachment sem prova. Com a decisão, Aécio foi atacado por grupos radicais, que o chamaram de traidor porque queriam que os tucanos abraçassem o impeachment. Mas é melhor ser criticado do que apoiado por grupos radicais com retórica golpista.
A saída dos tucanos foi propor uma ação penal com base nas chamadas “pedaladas fiscais” do primeiro mandato da presidente Dilma. É um caminho bem mais longo, cujo desfecho provavelmente também será o fracasso.
O TCU (Tribunal de Contas da União) ainda está analisando as manobras fiscais do primeiro mandato. Dilma ainda nem foi acusada nessa investigação, que é administrativa, não é judicial. E pedaladas aconteceram também em outros governos. A chance de sucesso da ação penal é baixa.
No entanto, como se estende mais no tempo, é um caminho que contribui para desgastar politicamente a presidente. E deixa a decisão nas mãos do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Prevaleceu entre os tucanos o entendimento da ala mais moderada, a do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Ele foi o primeiro político importante do PSDB a rejeitar a ideia de impedimento de Dilma. Aécio e Alckmin são os nomes que deverão disputar a candidatura presidencial tucana em 2018